Sugestões de Jader serão anexadas, informa Dutra



O senador José Eduardo Dutra (PT-SE), líder do Bloco Oposição no Senado, informou ao presidente da Casa, senador Jader Barbalho (PMDB-PA), durante sessão do Congresso nesta quarta-feira (dia 21), que as sugestões feitas por Jader serão anexadas ao requerimento de criação de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para apurar denúncias de corrupção no governo. "Isso mostra que o PT e as oposições não têm aliança preferencial. Nossa aliança é com a ética na política e com o fortalecimento das prerrogativas do Congresso", disse.

Dutra rebateu argumentos contra a criação da CPI feitas pelo deputado Arthur Virgílio, líder do governo no Congresso. Quanto à alegação de que o pedido de CPI é muito genérico, o líder do Bloco Oposição disse que o Congresso já teve uma comissão cuja ementa era "investigar em profundidade denúncias, inclusive de corrupção". Segundo Dutra, na época Fernando Henrique Cardoso era senador e apoiou a iniciativa. O senador relatou que Fernando Henrique disse na ocasião que, mesmo pertencendo a um partido de maioria, que apoiava o governo (PMDB), desejava a apuração dos fatos. O então senador teria afirmado ainda, segundo Dutra, que o governo deveria desejar essa apuração também, pois, se não o fizesse, não seria democrático.

O senador petista disse que, realmente, são muitas as denúncias, entre as quais as relativas a irregularidades na privatização da Telebrás, ao caso Eduardo Jorge e ao do Banco Econômico. "A maioria do governo impediu que essas denúncias fossem apuradas no momento oportuno. Hoje temos um armário cheio de esqueletos", afirmou, referindo-se à observação de Arthur Virgílio de que as denúncias a serem apuradas pela CPI são antigas, como o caso Eduardo Jorge, que não tem fatos novos há oito meses, segundo o líder do governo no Congresso.

Quanto a afirmação de Virgílio de que a má política atrapalha a economia, Dutra primeiro questionou quem é o juiz para decidir quem faz má política e em seguida acrescentou que corrupção e a impunidade também atrapalham a economia. Dutra afirmou ainda que uma comissão parlamentar é tão democrática para apurar as denúncias quanto o Ministério Público, com a diferença de que, por ter o microfone e o foco da mídia, a comissão acaba tendo maior rapidez para conseguir dados. Os episódios relativos ao ex-senador Luiz Estevão e ao juiz Nicolau dos Santos Neto são, na opinião de Dutra, um exemplo de como o trabalho de uma CPI, nesse caso a do Judiciário, pode ser complementado depois pelo Ministério Público. "A frase "quem não deve não teme" está ecoando em todo o Brasil", disse José Eduardo Dutra.

21/03/2001

Agência Senado


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