Sulamis garante que reforma tributária é boa e melhora competitividade do Brasil



A economista Sulamis Dain, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), disse na audiência pública sobre reforma tributária realizada nesta quarta-feira (15) que a proposta do governo representa um avanço em matéria de desoneração para setores importantes da economia e as camadas mais pobres da população. Ela acusou o governo Fernando Henrique Cardoso de aumentar a carga tributária em 8%, engessando a economia, e disse que o que se discute hoje no Congresso vai melhorar o quadro geral.

- Estamos vendo, por exemplo, a proposta de se desonerar a produção de bens de capital, de mitigação da cumulatividade do PIS/Cofins [Programa de Integração Social/Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social], a desoneração da cesta básica e de produtos essenciais para os mais pobres, como remédios, e a idéia de se dividir com a sociedade a melhoria da relação dívida/PIB [Produto Interno Bruto], ou seja, a melhoria dos fundamentos macroeconômicos.

Sulamis defendeu que um aumento da tributação sobre patrimônio no Brasil.

- Não existe a cultura de se tributar patrimônio no Brasil. Aqui, essa tributação é de 3%, enquanto na Europa chega a 8% e nos Estados Unidos e no Japão, a 11%. É preciso mudar essa tradição, acabar com esse preconceito - disse.

O senador Efraim Morais (PFL-PB), líder da minoria, perguntou se a economista era funcionária do gabinete do líder do governo, senador Aloizio Mercadante (PT-SP), e alertou que a proposta em discussão era do Congresso Nacional, estava surgindo de debates dentro do Congresso, e não do governo Luiz Inácio Lula da Silva, como ela insistia em dizer. Sulamis disse que estava tendo a palavra cassada, disse que trabalhava apenas como colaboradora, sem remuneração e que era professora da UFRJ.



15/10/2003

Agência Senado


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