Suplente de Jonas, Goellner deve manter defesa do agronegócio
O provável substituto do senador Jonas Pinheiro, falecido na noite de terça-feira (19), deverá manter a mesma linha de defesa do agronegócio. Primeiro suplente de Jonas Pinheiro, o engenheiro agrônomo e empresário Gilberto Goellner levou diversas vezes ao Plenário do Senado mensagens de apoio ao setor agropecuário durante os quatro meses em que assumiu o mandato de senador em substituição ao titular, de agosto a dezembro de 2005.
Já naquela época ele contestou as acusações - repetidas recentemente, após a divulgação de informações sobre o desmatamento na Amazônia - de que a expansão do agronegócio em Mato Grosso seria responsável pela derrubada de florestas no estado. Em sua opinião, muitas dessas críticas seriam provenientes de países que concorrem com o Brasil na produção agropecuária.
- Ante a ameaça de uma competição mais acirrada do Brasil, principalmente nos mercados de oleaginosas e de carnes, passaram a associar a crescente competitividade da agropecuária nacional ao desmatamento da Amazônia, valendo-se, inclusive, desse argumento para tentar impor barreiras não-tarifárias aos produtos brasileiros - afirmou Goellner em pronunciamento feito em Plenário em setembro de 2005.
Poucos dias antes, o então senador disse que a agropecuária nacional atravessava a "pior crise" dos últimos tempos. A situação do setor se deveria, como observou, a fatores como a desvalorização do real frente ao dólar, a queda dos preços das commodities agrícolas no mercado internacional e a elevação dos custos de produção.
Durante o período em que exerceu o mandato, Goellner ainda cobrou pressa do governo na regulamentação da Lei de Biossegurança, que regula a utilização de organismos geneticamente modificados. Para ele, o atraso representaria uma espécie de "moratória branca" na pesquisa de espécies e na industrialização de produtos geneticamente modificados, provocando grandes prejuízos ao país.
Outro tema que foi destacado em Plenário pelo senador foi o da infra-estrutura de transportes no país. Ele cobrou do governo a utilização na recuperação de rodovias de recursos da Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico (Cide). Na época, ele alertou para o risco de um "apagão logístico" caso o governo não desse maior atenção ao trabalho de recuperação das rodovias.
Durante os quatro meses em que exerceu o mandato, Goellner apresentou seis projetos de lei. Entre eles, o que cria o medicamento genérico para uso veterinário (PLS 379/05) e o que estabelece a concessão de incentivos fiscais para pessoas físicas e jurídicas que promovam a reposição florestal (PLS 410/05).20/02/2008
Agência Senado
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