SUPLICY ADVERTE PARA RESPONSABILIDADE DO SENADO NA SABATINA DE ARMÍNIO FRAGA
O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) disse que o Senado estará diante de uma grande responsabilidade no momento em que sabatinar o economista Armínio Fraga, indicado para ocupar a presidência do Banco Central. Ele pretende esclarecer "elementos de natureza ética e técnica", relacionados com a conduta de Fraga, além de questões relativas à condução da política econômica.No que se refere à ética, o senador pretende que os parlamentares levem em consideração o fato de que, no passado, Armínio Fraga ocupou cargo de diretor no Banco Central, tendo assumido a diretoria geral do Fundos Soros apenas dois meses depois de ter deixado o cargo no Bacen. Com o megaespeculador George Soros, informa Suplicy, Fraga trabalhou durante seis anos, até o início de fevereiro, quando foi indicado pelo presidente da República para o Banco Central.Os elementos de natureza técnica questionados pelo senador relacionam-se com o fato de que, em sua opinião, "os objetivos de um administrador de fundos de investimento privados são bem diversos dos objetivos de um presidente de banco central, que precisa preservar a moeda nacional e preocupar-se com o desenvolvimento da economia", afirmou.Suplicy pretende indagar, também, se a substituição na presidência do BC indica uma mudança na política monetária do país. O senador esclareceu que o antecessor de Armínio Fraga, o também economista Francisco Lopes, defendia a não-dolarização da economia e era contrário à adoção do regime de "currency board" da moeda. Agora, o senador quer saber se a substituição significa uma nova concepção da política cambial. PEDRO MALANSuplicy informou, ainda, que já encaminhou requerimento à Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) pedindo a convocação do ministro Pedro Malan para que explique as razões da substituição do ex-presidente do BC, Francisco Lopes, poucos dias depois da sabatina e, ainda, sobre os motivos que levaram à indicação de Fraga. O senador quer, também, que o ministro esclareça modificações efetuadas no acordo firmado com o FMI em dezembro último.
19/02/1999
Agência Senado
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