SUPLICY ALERTA PARA GRAVIDADE DO INCÊNDIO FLORESTAL EM RORAIMA
A gravidade do incêndio florestal em Roraima levou o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) a defender a aceitação, pelo Brasil, de toda e qualquer ajuda internacional. Em comunicado urgente feito hoje (dia 26) no plenário do Senado, Suplicy afirmou que a devastação pelo fogo é muito mais grave do que tem sido noticiado.
O senador mostrou-se preocupado com o desencontro de informações. Segundo ele, o coordenador do Corpo de Bombeiros afirmou que o incêndio estaria debelado entre 15 e 20 dias, prazo que seria inexeqüível, segundo o governo do estado. Suplicy lembrou que o comandante da 1ª Brigada de Infantaria da Selva, general Luiz Edmundo de Carvalho, rejeitou a ajuda da Organização das Nações Unidas (ONU).
- Estou convencido de que não podemos nos dar ao luxo de recusar ajuda alguma - afirmou o senador paulista, amparado em informações fornecidas pelo presidente do PT de Roraima.
Segundo Suplicy, o fogo já queimou as roças de algumas aldeias. Assim, os índios Makuxi, Ingariko, Wapixana e Taurepang passaram a viver exclusivamente da caça e pesca, atividades já prejudicadas pela invasão de garimpeiros. Índios ianomami já estão se deslocando para as pistas de pouso dos postos de saúde, na esperança de conseguirem fugir nos aviões, disse o senador. Cerca de 17 mil índios já foram atingidos pelas conseqüências do fogo, em uma área equivalente ao estado de Sergipe.
O senador agradeceu a ajuda prestada pelos governos argentino e venezuelano. Lembrou que o governo paulista enviou dois técnicos para Roraima, e que o mesmo está sendo feito pelo governo mineiro.
- É preciso a mobilização de todo o sistema de defesa civil nacional - afirmou, lembrando que os governos estaduais podem mandar também equipamentos. O senador desculpou-se por nãopoder ir ao estado nesta sexta-feira, integrando uma comitiva de deputados, devido acompromissos anteriormente assumidos.
26/03/1998
Agência Senado
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