Suplicy apóia decisão do governo de não aceitar pressão dos EUA sobre tratado de armas nucleares
O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) expressou seu apoio às posições assumidas pelo governo e, especificamente, pelo ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, em não aceitar as pressões do governo dos Estados Unidos para que o Brasil assine aditivo ao Acordo de não Proliferação de Armas Nucleares. Para ele, não é admissível que o governo norte-americano pressione um país como o Brasil, que tem sempre praticado e a utilizado a energia nuclear para fins pacíficos.
Eduardo Suplicy lembrou que o Brasil tem cumprido todos os compromissos do referido tratado, mas não irá abrir mão dos conhecimentos técnicos sobre o desenvolvimento do Urânio. O senador observou que embora os Estados Unidos pressionem para saber tudo o que acontece em termos de energia nuclear no mundo, eles próprios não revelam suas pesquisas no setor, especialmente aquelas que têm fins bélicos.
- Não houve por parte dos Estados Unidos a destruição de suas armas nucleares e hoje eles estão exigindo do Brasil um compromisso que nosso país não assinou - protestou o senador.
Suplicy disse que senadores e deputados, inclusive os de oposição, também têm manifestado concordância e solidariedade com as atitudes do ministro das Relações Exteriores e do ministro da Defesa, José Viegas Filho. Ele informou que a comissão que preside, de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), vai formular um convite ao ministro Celso Amorim para que ele possa detalhar o assunto e explicar se existe a intenção do governo de assinar qualquer acordo adicional relacionado ao tratado de não proliferação de armas nucleares.
- Isto até poderá ser feito, desde que não se coloque impedimentos ao desenvolvimento tecnológico e se preserve a propriedade intelectual dos brasileiros - disse o senador.
O parlamentar lembrou ainda a reunião marcada para as 10h da próxima quarta-feira (14) com a presença do ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, do secretário Jorge Félix, da Agência Brasileira de Informações (Abin), e de representantes da Polícia Federal (PF) para esclarecimentos sobre o caso FBI/Abin, noticiado pela revista Carta Capital.
07/04/2004
Agência Senado
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