Suplicy apresenta informações do governo sobre as dívidas interna e externa



O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) apresentou ao Plenário, nesta quinta-feira (dia 22), resposta a requerimento que enviara ao Ministério da Fazenda solicitando informações sobre os proprietários da dívida pública brasileira. Suplicy informou que o estoque da divida federal bruta atingiu em julho de 2000 o montante de R$ 625 bilhões, sendo 79% correspondentes à dívida interna, que chegou ao valor total de R$ 496,9 bilhões. R$ 179,9 bilhões em títulos da dívida pública federal interna - 36,2% do total -, informou o senador, encontravam-se nas contas de livre movimentação pertencentes às instituições financeiras, sendo que 26% pertenciam aos bancos nacionais e 7,5% aos bancos estrangeiros, ou seja, mais de um terço dos títulos estava na carteira dos bancos. O maior destaque fica com os Fundos de Investimento Financeiro, que detinham R$ 199,3 bilhões ou 40,2% do total. As pessoas físicas e jurídicas detinham contas de livre movimentação financeira no valor de R$ 270,4 bilhões, ou 54,42% do total.

- Os proprietários da dívida pública federal são no essencial bancos, empresas e pessoas que integram os segmentos da elite do país - disse Suplicy.

Para ele, essa informação deixa claro que uma política de juros altos como a que o Brasil vem praticando nos últimos anos aumenta a concentração de renda no país.

- Isso significa a transferência de recursos volumosos do Tesouro, sob a forma de juros, para aqueles que já detêm uma parcela desproporcionalmente alta da renda e da riqueza nacional - disse.

Suplicy informou que o Brasil, segundo o IBGE, pagou, em 1999, R$ 86,5 bilhões sob forma de juros das dívidas públicas interna e externa, o que representa 9% do Produto Interno Bruto (PIB).

Ratinho

Eduardo Suplicy informou ainda ao Plenário que solicitou direito de resposta ao apresentador de TV Carlos Massa, o Ratinho, que criticou, de modo ofensivo, sua decisão de passar a noite na Casa de Detenção do Carandiru, em São Paulo, de segunda para terça-feira, após rebelião do último domingo. Suplicy disse que dormiu no presídio a pedido das famílias dos presos, com o objetivo de garantir a integridade tanto dos detentos quanto dos policiais.

- Espero que Ratinho proceda com a correção e respeito devido a mim e ao Senado Federal - disse.

O senador defendeu o exame, pelo Congresso Nacional, das proposições que aperfeiçoem a lei penal, incluindo projeto de lei apresentado de sua autoria que permite a abertura de convênio entre as empresas privadas e os presídios para que os detentos trabalhem e aprendam profissões.

Suplicy também parabenizou o jornal Folha de S. Paulo por seus 80 anos de existência. A data foi comemorada no último domingo em uma cerimônia ecumênica.

22/02/2001

Agência Senado


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