Suplicy condena muro entre EUA e México
O presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), senador Eduardo Suplicy (PT-SP), condenou nesta quinta-feira (7) o muro que separa os Estados Unidos do México. Segundo o senador, a integração dos países não pode ser apenas comercial e passa, necessariamente, pela livre movimentação de seres humanos. Celso Amorim concordou com o senador.
O ministro admitiu, em resposta ao senador Hélio Costa (PMDB-MG), a viabilidade de o Congresso Nacional ser consultado antes de o governo assinar qualquer acordo comercial ou tecnológico com outros países, e não ser apenas um mero homologador de protocolos. Isso, no seu entender, evitaria desconfortos, como o ocorrido com o acordo de Salvaguardas Tecnológicas entre o Brasil e os Estados Unidos, envolvendo o Centro de Lançamento de Alcântara, no Maranhão, já que eximiu, conforme informou, o Brasil de uma parcela do mercado de lançamento de foguetes, capaz de movimentar, no prazo de uma década, US$ 40 milhões.
Já o senador João Capiberibe (PSB-AP), autor da proposta que cria uma subcomissão, no âmbito da CRE, destinada a acompanhar as negociações do governo brasileiro junto a Área de Livre Comércio das Américas (Alca), cobrou do ministro uma posição firme nas negociações comerciais, a fim de que o Brasil possa, pelo menos, -empatar o jogo-. Ele também pediu ao ministro maior incremento das relações comerciais de estados das regiões Norte e Nordeste com o Caribe.
O senador Rodolpho Tourinho (PFL-BA) sugeriu uma parceria entre os governos brasileiro e português para que os produtos brasileiros entrem com maior facilidade na África, principalmente nos países de língua portuguesa. Em resposta, Celso Amorim informou que a parceria já existe e que tende a se expandir.
O senador Aelton Freitas (PL-MG) entregou ao ministro pedido de informação, aprovado nesta semana pela Comissão de Fiscalização e Controle (CFC), sobre a situação financeira das embaixadas e consulados brasileiros no exterior. O senador Gilberto Mestrinho (PMDB-AM) congratulou-se com o ministro sobre a condução da política externa brasileira, -que assumiu de vez a sua identidade como país sul-americano-. Mas considerou fundamental a participação do Brasil na Alca, -objetivando sempre o interesse nacional-.
A senadora Fátima Cleide (PT-RO) pediu ao ministro para que interfira junto ao governo nigeriano no sentido de salvar Amina Lawal da pena de morte, cuja execução, por apedrejamento, está marcada para o próximo dia 28. E sugeriu ao ministro que lute para o Brasil conceder exílio político à nigeriana, acusada de adultério. Celso Amorim lembrou que o próprio presidente Lula enviou carta ao presidente da Nigéria pedindo anistia para Amina. Lula, informou o ministro, não obteve resposta.
O senador Ney Suassuna (PMDB-PB) defendeu maior incremento comercial e industrial do Brasil com os países árabes. Ele informou que há interesse daqueles países em desenvolver essas relações que, notou, seriam benéficas para a balança comercial brasileira. Celso Amorim anunciou que em dezembro o governo brasileiro enviará uma missão ao Oriente Médio, na qual estará em pauta também o incremento comercial.
07/08/2003
Agência Senado
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