SUPLICY CRITICA RESPOSTA DE MALAN SOBRE CASO BAMERINDUS



O senadorEduardo Suplicy (PT-SP) dissehoje (dia 24) que pedirá o "enquadramento do ministro da Fazenda nas penalidades do artigo 50 da Constituição" - crime de responsabilidade -, caso essa autoridade persista em não responder satisfatoriamente aos requerimentos de informação a ele dirigidos pelo parlamentar.

Eduardo Suplicy explicou que depois de "enorme e inexplicável demora", recebeu, no último dia 9, ofício do ministro da Fazenda, Pedro Malan, anexando ofício do presidente do Banco Central, Gustavo Franco, "com respostas mais uma vez incompletas" às perguntas que fez sobre a transferência de parte do Bamerindus para o banco inglês HSBC".

Em vista disso, o senador comunicou à Mesa que estava apresentando novo requerimento de informação para obter as respostas que ficaram pendentes, fazendo a advertência que não tolerará mais do governo "a atitude misteriosaque tem tidonos últimos meses".

Entre as respostas que o senador considerou insuficientes, inclui-se a informação de que parte do aporte de capital, US$ 930 milhões, a título de capitalização do Bamerindus,havia sido feita em títulos e parte em dinheiro.

-Depois que, em artigo assinado, publicado na Folha de S. Paulo, o presidente do Banco Centraldera informação diferente, mencionando que a capitalização teria sido integralmenteem dinheiro, num montante de "cerca de R$1 bilhão, trazido em dinheiro vivo" - disse o senador.

Contudo, segundo Suplicy, no documento enviado porMalan, o presidente do BC acrescenta que a entrada líquida de dólares decorrente da operação de comprade parte do Bamerindus pelo HSBC "foi muito menor do que o divulgado na época da operaçãoe em manifestações oficiais posteriores".

De acordo com o senador, em qualquer parte do mundo as autoridades monetárias reconhecem publicamente o quanto é importante a credibilidade parao desempenho das funções do Banco Central.

Depois de salientar que essa credibilidade depende de transparência na prestação de contas à sociedade, Supliciou acentuou: " É isso que tem faltado ao Banco Central do Brasil, particularmente no que diz respeito às operações de socorro a grandes bancos quebrados comoo Bamerindus, o Econômico, o Nacional e outros".

Eduardo Suplicy enfatizou que o mais grave é que, até agora, a opinião pública não sabia que o acordo negociado com o HSBC envolveu, também, um dispêndio expressivo de reservas do Banco Central, para aquisição de títulos da dívida externa no exterior.

O saldo dessa "confusão", entende o senador, é que se em todas as partes do mundo as autoridades reconhecem publicamente o quanto é importante a credibilidade para o desempenho das funções do BC, "é isso que tem faltado ao Banco Central no Brasil".



24/10/1997

Agência Senado


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