SUPLICY COBRA INFORMAÇÕES DE MALAN E DO BC SOBRE VENDA DO BAMERINDUS



O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) protestou hoje (dia 26) contra a demora do ministro da Fazenda, Pedro Malan, e do Banco Central (BC) em enviar informações sobre a transferência de parte do Bamerindus para o banco inglês HSBC.

Para o senador, "ao negar-se a responder as questões" por ele apresentadas e cobradas em tantas ocasiões nos últimos meses, o Banco Central e o Ministério da Fazenda "adotam comportamento que contribui para reforçar suspeitas de conivência com irregularidade ou transações contrárias ao interesse público".

Suplicy lembrou que, no dia 11 de junho, formulou perguntas a Malan, no plenário do Senado, sobre o Bamerindus. Ele disse que oministro deixou diversas questões importantes sem resposta, e respondeu a outras parcialmente, alegando não dispor naquele momento das informações e comprometendo-se a enviá-las por escrito ao senador. A partir daí, Suplicy insistiu várias vezes junto ao BC e ao Ministério da Fazenda para obter as respostas, sem êxito.

- Não sei se o problema é de negligência ou de desrespeito ao Senado, mas o fato é que o governo está demorando demais a prestar contas. Desta maneira, o Banco Central acaba perdendo credibilidade. Com esse tipo de comportamento, as autoridades econômicas perdem o direito de se sentirem ofendidas ou injuriadas quando sofrem críticas - assinalou o senador.

NOTIFICAÇÃO

Eduardo Suplicy aproveitou para recomendar aos diretores do BC que, ao invés de se sentirem ofendidos por observações feitas pelo economista Paulo Nogueira Batista Jr. em artigo na Folha de S. Paulo, procurem esclarecer em profundidade as razões que levaram as autoridades monetárias a demorar tanto tempo para detectar as fraudes no Banco Nacional.

O senador estava referindo-se ao fato de o Banco Central ter entrado com uma notificação judicial criminal contra o economista porque este considerou pouco plausíveis as explicações da instituição sobre a atuação no caso do Banco Nacional, e afirmou que, dada a dimensão dos problemas acumulados no Nacional por quase dez anos, ficava asuspeita de omissão do BC.

- Ora, o economista não é o único que se declara insatisfeito com a falta de transparência do Banco Central e com o caráter incompleto das explicações que o governo deu ao Congresso e à opinião pública sobre episódios como o do Econômico, o do Bamerindus e o do Nacional - acrescentou.

Para Suplicy, há inúmeras razões para se estranhar que uma fraude da dimensão ocorrida, durante tantos anos, num banco da importância do Nacional, possa ter passado totalmente despercebida da fiscalização do Banco Central, como sustenta a versão oficial.

- Essas dúvidas e suspeitas são permanentemente alimentadas pela relutância do governo em dar as explicações devidas - disse ele.

Suplicy foi aparteado pelo senador Jefferson Péres (PSDB-AM), para quem a interpelação judicial visando a que o economista Paulo Nogueira Batista Jr. aponte os nomes dos diretores do BC cuja atuação condenou é defesa da reputação e da honra, e não cerceamento da liberdade de imprensa.

26/09/1997

Agência Senado


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