Suplicy defende taxação na entrada de capital estrangeiro
A decisão tomada pelo governo federal de taxar a entrada de capital estrangeiro para investimentos em renda fixa e variável com o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) foi defendida pelo senador Eduardo Suplicy (PT-SP). Porém, ele observou que a medida provavelmente precisará ser acompanhada por outras, como o aumento do volume de reservas externas e a diminuição da taxa básica de juros.
- Avalio que se trata de uma medida adequada neste momento em que se observa uma valorização acentuada do real, que tem dificultado as exportações. A decisão permitirá que as indústrias e os produtores agrícolas aumentem seu grau de competitividade e expandam suas exportações - afirmou Suplicy.
O senador leu três artigos publicados na edição desta quarta-feira (21) do jornal Folha de S. Paulo sobre o assunto. O professor Antonio Corrêa de Lacerda, do departamento de economia da PUC-SP, opinou que impor um IOF de 2% sobre os movimentos de capitais não resolve, por si só, a valorização do real. Porém, ele observou que este "é um paliativo necessário" que, combinado com outras medidas, vai reduzir o espaço para a arbitragem na taxa de câmbio brasileira.
Em direção contrária, o economista-chefe do Grupo Santander Brasil, Alexandre Schwartsman, declarou que a medida limitará o ingresso de capitais no Brasil e trará consequências negativas. Ele lembrou que o país precisará de capital para tocar projetos de infraestrutura, sobretudo depois de ter vencido a disputa para sediar a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos. E a alternativa seria a poupança externa, "que o IOF pretende afugentar".
O terceiro artigo, do professor Fernando Cardim de Carvalho, do Instituto de Economia da UFRJ também defende a adoção da cobrança do IOF para a entrada de capital estrangeiro. Ele considerou que a não limitação da entrada de dinheiro no Brasil "estava levando o dólar a níveis não apenas inimagináveis, mas também, e principalmente, suicidas para a economia brasileira".
21/10/2009
Agência Senado
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