Suplicy discorda de César Maia e diz que polícia não pode ter autonomia para sair matando
Apesar de manifestar sua preocupação com o aumento da violência no estado do Rio de Janeiro, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) discordou nesta quinta-feira (27) de declaração dada em entrevista à Rádio CBN pelo prefeito do Rio, César Maia. O prefeito revelou que se fosse governador do estado em 11 de setembro de 2002, quando traficantes chefiados por Fernandinho Beira-Mar se rebelaram em Bangu 1, teria mandado o Batalhão de Operações Especiais (Bope) invadir o presídio, sem se preocupar com as conseqüências, inclusive matando quem tivesse que matar.
- O prefeito tem razão quando afirma que existe um vazio de autoridade no Rio. Mas tomar medidas enérgicas para combater o crime organizado não significa dar à polícia autonomia para sair matando. Nada se resolve com ações precipitadas. E como disse Sandra Carvalho, diretora da ONG Justiça Global, -declarações como essas podem estimular as pessoas a tentar fazer justiça com as próprias mãos- - afirmou Suplicy.
Medidas emergenciais são necessárias para conter a violência e defender o cidadão carioca contra as ações do crime organizado, disse Suplicy. Ele também informou que o governo federal concordou em colocar o efetivo militar à disposição do governo estadual, sob o comando do Exército. Suplicy acrescentou que o governo Luiz Inácio Lula da Silva tem um plano nacional de segurança pública que tem como objetivo revitalizar as polícias e combater sem tréguas o crime organizado.
Eduardo Suplicy também alertou que a questão da violência não pode ser separada da questão financeira dos estados, do aumento do desemprego e da redução da renda do trabalhador. Ele explicou que esses problemas foram herdados de governos passados e defendeu a implantação de políticas sociais voltadas para a recuperação da auto-estima das pessoas.
27/02/2003
Agência Senado
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