SUPLICY DIZ QUE FHC IRÁ DISCUTIR COM SENADORES PROPOSTAS DA COMISSÃO DA POBREZA



O presidente Fernando Henrique Cardoso comprometeu-se a receber no Palácio do Planalto os senadores e deputados que participaram da comissão mista especial que examinou o problema da pobreza no país, quando serão discutidas as recomendações do relatório final da comissão. A informação foi dada ao plenário nesta quarta-feira (dia 19) pelo senador Eduardo Suplicy (PT-SP).
Segundo o senador, o presidente assumiu o compromisso durante jantar na noite de terça-feira (dia 18), no Palácio da Alvorada, com os senadores da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), líderes partidários e o presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães. Suplicy explicou que a CAE vem realizando reuniões informais com integrantes do governo na casa do presidente da comissão, senador Ney Suassuna e que o primeiro convidado deste ano foi o presidente da República. O encontro acabou sendo realizado no Alvorada, por sugestão de Fernando Henrique.
Conforme Eduardo Suplicy, o presidente da República manifestou-se também favorável à sugestão de comparecer ao Congresso todo início de ano, na reabertura dos trabalhos parlamentares, para falar sobre o "estado da União". Tradicionalmente, nesta cerimônia é lida mensagem do presidente sobre a situação sócio-econômica do país, mas sem sua presença. Fernando Henrique Cardoso, ainda de acordo com o senador paulista, disse ser totalmente contrário à dolarização da economia, como fez recentemente o governo do Equador, "por motivos de soberania".
Em aparte, o senador José Eduardo Dutra (PT-SE) disse ter ficado frustrado com a formalidade do jantar, com pronunciamentos do presidente, do ministro da Fazenda e do presidente do Banco Central, "quando se fez auto-promoção do governo". Ele lamentou que "a dinâmica" do encontro não tenha permitido que os senadores do Bloco Oposição rebatessem o ministro Pedro Malan, especialmente quando afirmou que o desemprego não subiu no ano passado, usando dados do IBGE.
Ney Suassuna observou que "houve muitas revelações" durante o jantar, entre elas um projeto em preparação pelo governo destinado a investir R$ 900 milhões em ciência e tecnologia. Por sua vez, o senador Romero Jucá (PSDB-RR) afirmou que o ministro da Fazenda "não fez propaganda", mas falou da recuperação da economia, "apesar de todas as previsões catastrofistas". Tanto Jucá quanto Pedro Simon (PMDB-RS) consideraram importante a presença dos senadores da oposição no jantar.
Francelino Pereira (PFL-MG) destacou a cordialidade do presidente durante o jantar, enquanto Roberto Saturnino (PSB-RJ) também questionou a formalidade do encontro. Por sua vez, Ramez Tebet (PMDB-MS) disse ter "ganhado muito" indo ao jantar.

19/01/2000

Agência Senado


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