Suplicy diz que renda do trabalhador não se limita ao mínimo



Ao iniciar em Plenário a discussão da medida provisória que fixa em R$ 260 o valor do salário mínimo, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) afirmou que o Brasil ainda está longe de alcançar o objetivo constitucional de aprovar um valor suficiente para o sustento da família de um trabalhador que, num grupo de quatro pessoas, exigiria R$ 1.400, de acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese).

Ele observou contudo que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva dispõe de instrumentos que farão com que a renda do trabalhador de baixo salário cresça acima das cifras propostas pela oposição. De acordo com Suplicy, Lula pretende aumentar o valor do salário-família de R$ 13,50 para R$ 20, o que significa um reajuste significativo para um trabalhador que tenha três ou mais crianças.

O senador pediu também que a oposição considerasse a existência de outro instrumento, o programa Bolsa-Família, cuja implantação está se iniciando pelas regiões mais carentes, tendendo a se universalizar nos próprios dois anos, e que beneficia todas as famílias com rendimento mensal per capita de até R$ 100. -É propósito do presidente Lula universalizar esse direito, se possível até o final de 2005-, afirmou o parlamentar.

Suplicy argumentou ainda que, considerando-se o Bolsa-Família, o salário-família e o salário mínimo, a renda de uma família de quatro pessoas tem um razoável reajuste. Essa família receberia os R$ 260 do salário mínimo, mais duas vezes R$ 20 do salário-família, atingindo R$ 300. Com esse rendimento de R$ 300 dividido por quatro, haveria R$ 75 de renda per capita nesse grupo, que passaria a ter direito de receber o Bolsa-Família, ampliando seus ganhos para R$ 330. -Cifra superior, portanto, à meta de muitos senadores-, disse ele.



17/06/2004

Agência Senado


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