Suplicy e Hartung defendem o esclarecimento de todas as denúncias



Os senadores não podem abrir mão do dever de apurar todas as denúncias contra o presidente licenciado do Senado, Jader Barbalho (PMDB-PA). Foi o que afirmou, nesta terça-feira (dia 24), o senador Eduardo Suplicy (PT-SP), um dos signatários do pedido para que o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar requisite junto ao Banco Central e à Receita Federal todos os documentos necessários para o esclarecimento das acusações formuladas pela imprensa contra Jader, especialmente no âmbito da Sudam e do Banpará.

- Acho que o senador Jader Barbalho deveria ser o primeiro a colocar-se à disposição das apurações, ao invés de realizar um esforço para impedir que haja a abertura de seu sigilo bancário, fiscal e telefônico - afirmou o parlamentar por São Paulo.

Outro a assinar o pedido, o senador Paulo Hartung (PPS-ES) ressaltou as declarações do presidente do Conselho de Ética, senador Gilberto Mestrinho (PMDB-AM), de que não irá obstruir nenhum tipo de investigação. Para Hartung, a posição de Mestrinho visou tranqüilizar os partidos de oposição e os outros membros da comissão, ao assumir que todas as providências serão adotadas para o esclarecimento dos fatos.

Para Suplicy, é importante que cada uma das personagens e testemunhas citadas nas reportagens e nos documentos divulgados pela imprensa venham a ser convidadas pelo Conselho de Ética para prestar depoimentos. Citou como exemplo o advogado Paulo Lamarão, que disse a Suplicy ter rompido com Jader quando este, como governador do Pará, teria realizado desapropriações irregulares e destinado parte dos valores para sua campanha eleitoral. O senador por São Paulo mencionou também os envolvidos na desapropriação da Fazenda Paraíso, outra das acusações contra o presidente licenciado do Senado.

O senador do PT disse serem muito fortes os indícios contra Jader Barbalho, que tem de explicar como teria sido possível aumentar seu patrimônio sem uma dedicação integral a suas atividades empresariais.

- Ou Jader comprova toda sua inocência e demonstra que realmente houve algo tão diabólico contra ele como o que fizeram com Jesus, como ele próprio afirmou, ou deverá preocupar-se, porque pretendemos realizar uma averiguação cabal de todos os fatos - disse Suplicy.

Já o senador Hartung afirmou que as novas denúncias trazem elementos contundentes em relação a fatos ocorridos durante o atual mandato do senador Jader Barbalho. Para ele, não há como o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar decidir contrariamente a uma investigação.

- O Conselho vai ter que abrir um processo, vai ter que investigar todas essas questões, trazer a verdade à tona e passar a limpo essa situação, que é o que a opinião pública deseja. Precisamos dar uma resposta clara a todas esses denúncias - disse o parlamentar pelo Espírito Santo.

24/07/2001

Agência Senado


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