Suplicy esclarece episódio ocorrido na Corregedoria do Senado
O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) esclareceu nesta quarta-feira (29) episódio ocorrido durante o depoimento do caseiro Francenildo dos Santos Costa na Corregedoria Parlamentar do Senado na noite de terça-feira (28). Ele afirmou, da tribuna do Plenário, que o senador por ele citado durante a reunião não teria participado da invasão do sigilo bancário de Francenildo.
Durante a audiência em que o caseiro negou as suspeitas de que tivesse recebido pagamento para fazer acusações contra o então ministro da Fazenda, Antônio Palocci, Suplicy relatou ter ouvido de um senador de seu partido, no dia do depoimento de Francenildo na CPI dos Bingos (16 de março), que havia rumores de que ele recebera, havia pouco tempo, altas somas de dinheiro. A revelação feita por Suplicy gerou debates na reunião da Corregedoria e levantou suspeitas sobre o envolvimento desse senador desconhecido na quebra de sigilo de Francenildo.
- Esse senador me disse pessoalmente que não foi ele quem alertou Palocci sobre o fato - afirmou Suplicy, sem revelar o nome do senador.
Suplicy explicou ainda que o senador provavelmente tomara conhecimento sobre os depósitos recebidos por Francenildo por meio de informações de outras pessoas, possivelmente um jardineiro amigo do caseiro. Para ele, a convocação do jardineiro pode ajudar a elucidar o caso.
O senador disse também que os depoimentos do corretor de imóveis João Gustavo de Abreu Coutinho e do servidor do Senado Enéas Alencastro na Corregedoria, ocorridos nesta quarta-feira, ajudaram a esclarecer melhor a forma como a história de Francenildo veio a público. Suplicy, que participou da audiência, afirmou que Francenildo teria falado com João Gustavo, corretor responsável pela mansão onde havia reuniões dos ex-assessores do Palocci, sobre seu desejo de prestar depoimento. João Gustavo, por sua vez, teria contatado Enéas Alencastro, servidor que trabalha no gabinete do senador Teotônio Vilela Filho (PSDB-AL), por meio de quem chegou ao senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT), que o ouviu e o apresentou à jornalista que o entrevistou.
Em aparte, o senador Leonel Pavan (PSDB-SC)concordou com as ponderações de Suplicy.
29/03/2006
Agência Senado
Artigos Relacionados
Juvêncio diz que episódio ocorrido no Congresso foi "terrorismo de plenário"
Suplicy conclama Senado a conduzir episódio do painel com serenidade
Edison Lobão esclarece episódio envolvendo Almeida Lima na CCJ
Corregedoria avaliará pernoite de manifestantes no gabinete de Suplicy
Suplicy isenta Tião Viana de participação no episódio da quebra do sigilo de caseiro
SUPLICY ESCLARECE CONVOCAÇÃO DE ITAMAR