Suplicy conclama Senado a conduzir episódio do painel com serenidade



O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) conclamou os senadores a conduzirem os desdobramentos do episódio da violação do painel eletrônico do Senado com serenidade e firmeza. Para ele, o relatório do senador Roberto Saturnino (PSB-RJ) representou um bom exemplo dessa postura equilibrada que todos os senadores devem ter para analisar o caso e votar de acordo com suas consciências.

Ele concordou com Saturnino: a verdade cabal sobre o episódio ainda não foi conhecida, tendo em vista as contradições não resolvidas expostas durante os depoimentos. Diante disso, Suplicy instou os senadores que conhecerem fatos ainda não revelados sobre o assunto a divulgarem, de público, o que sabem.

O representante de São Paulo também protestou contra a violência usada pela Polícia Militar da Bahia para coibir a manifestação de rua contrária a Antonio Carlos Magalhães. Embora reconhecendo o direito de proteção à propriedade e aos familiares do senador baiano, Suplicy afirmou que a democracia não pode tolerar "ações de repressão próprias do período da ditadura militar".

O senador condenou ainda as notícias publicadas na imprensa, insinuando que o senador Nabor Júnior (PMDB-AC) estaria sendo pressionado a votar pela absolvição dos senadores Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) e José Roberto Arruda (sem partido-DF). Acrescentou que "circulam nos corredores denúncias de pressões que outros senadores estariam recebendo".

Em aparte, o próprio Nabor negou ter sido procurado por qualquer pessoa ou empresa com o objetivo de orientar seu voto. Ele garantiu que votará em conformidade com suas convicções. Também em aparte, o senador Antonio Carlos Magalhães protestou contra "procedimento indigno de jornalistas para forçar o voto de Nabor, senador de reputação reconhecidamente ilibada".

A senadora Marina Silva (PT-AC) lembrou que a truculência da polícia baiana já havia se manifestado durante os protestos de índios e trabalhadores por ocasião dos 500 anos do Descobrimento, dos quais ela mesma participou. Para o senador Paulo Hartung (PPS-ES), protestos como o dos empresários do Pensamento Nacional das Bases Econômicas (PNBE), enviando uma pizza para cada senador, são falhos porque tratam todos os partidos como se fossem iguais, o que não é verdade.

17/05/2001

Agência Senado


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