SUPLICY FAZ ALERTA CONTRA A DOLARIZAÇÃO
Na reunião da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do dia 9, lembrou o senador, o presidente do Banco Central, Armínio Fraga, disse que continua firme em sua convicção de que "o Brasil deve administrar a sua própria moeda por meio do regime de câmbio flutuante". Semelhante afirmação já havia sido feito aos membros da CAE pelo presidente Fernando Henrique Cardoso. Conforme Suplicy, há "margem de concordância" entre as declarações das autoridades e o que entende a oposição. A diferença estaria na ênfase.
Suplicy também lamentou que o governo tenha demorado tanto a adotar o regime de flutuação do câmbio. O atraso na desvalorização da moeda nacional, que começou a ser discutida em 1994 e só veio a ocorrer em janeiro de 1999, provocou rombo nas contas externas, em função do aumento dos gastos com importação, diminuição das exportações e elevação da dívida criada a partir de empréstimos e investimentos estrangeiros de curto prazo, observou.
O governo deveria dar mais atenção à onda dolarizante, na opinião de Suplicy. O Equador, por exemplo, trocou sua moeda pelo dólar, ao passo que a Argentina utiliza-se da caixa de conversão, um sistema cambial considerado como o passo inicial para a dolarização. No Timor Leste, o dólar também está sendo usado como moeda, por decisão do representante da Organização das Nações Unidas (ONU), mas contra a vontade do governo recém-eleito. E em países como o Peru, o Uruguai e a Bolívia, as moedas nacionais foram parcialmente substituídas pela moeda norte-americana, informou.
- Não nos cabe adotar uma atitude arrogante e imaginar que o Brasil, como país de proporções continentais, está acima disso tudo. Não devemos superestimar a resistência do atual governo brasileiro diante de pressões externas - disse Suplicy.
O senador se disse satisfeito com a disposição de Fraga em participar do grupo de trabalho criado no âmbito da CAE para a discussão de questões monetárias internacionais, do qual participarão os senadores José Fogaça (PMDB-RS), Jefferson Peres (PDT-AM), Roberto Saturnino (PSB-RJ), Bernardo Cabral (PFL-AM) e o próprio Suplicy. A intenção do senador petista é realizar no Senado um simpósio internacional sobre dolarização, já que o tema está preocupando parlamentos de diversos países da América Latina.
18/05/2000
Agência Senado
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