SUPLICY: GASTO COM BOLSA CRIANÇA CIDADÃ FOI QUASE IDÊNTICO AO DA PUBLICIDADE
Com base em dados fornecidos pela Assessoria de Comunicação Social do Ministério do Trabalho e pela Secretaria do Bem-Estar, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) afirmou hoje (dia 5) que o governo Fernando Henrique Cardoso gastou R$ 5,2 milhões em publicidade, em apenas dois meses, para divulgar o Programa Bolsa Criança Cidadã para Erradicação do Trabalho Infantil.
- Esse valor é muito superior ao custo do próprio programa no mesmo período, e quase tanto quanto foi gasto na concessão da bolsa para crianças e adolescentes, no período de janeiro a setembro de 1997: R$ 5.578.369,16 - disse.
Suplicy salientou que, enquanto o Senado discutia o projeto "restrito e limitado" que autoriza a União a dar apoio financeiro a municípios que adotem programas de renda mínima com finalidades educativas, no final do ano passado, o governo veiculou intensa propaganda nos meios de comunicação, segundo a qual estava implementando o Programa Bolsa Criança Cidadã.
Na publicidade, 30 mil crianças, que trabalhavam em atividades insalubres para ajudar no sustento de suas famílias, passaram a receber uma renda mínima mensal condicionada à sua freqüência à escola. "O próprio governo informava que havia gasto R$ 15 milhões com o referido programa", acrescentou.
Os dados sobre os gastos com a divulgação do programa foram obtidos por Eduardo Suplicy através de requerimento de informações dirigido ao ministro do Trabalho, Paulo Paiva, segundo o qual o investimento nessa campanha, realizada nos meses de setembro e outubro de 1997, foi de R$ 5.257.131,12.
Na opinião do senador, é preocupante que o governo esteja, na verdade, fazendo muito menos do que "sua generosa propaganda" anuncia.
- Basta assinalar que, no Distrito Federal, o número de crianças inscritas no Bolsa-Escola é de 44 mil e que no Programa Bolsa Criança Cidadã, objeto da publicidade, é 33.922 - comparou.
Suplicy também comentou o anúncio de que Itamar Franco submeterá seu nome como candidato do PMDB à sucessão presidencial: "É saudável para a nação brasileira que se ampliem as opções de candidatos à presidência da República".05/02/1998
Agência Senado
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