Suplicy manifesta preocupação com intenção de Bush de atacar o Iraque
O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) manifestou nesta quarta-feira (9) sua preocupação com os discursos freqüentes do presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, que ameaça atacar o Iraque sob pretexto de acabar com as armas de destruição em massa que ele alega estarem à disposição do ditador Saddam Hussein, inclusive bombas atômicas.
Segundo Suplicy, é fundamental que o governo brasileiro trabalhe no sentido de garantir que os inspetores das Nações Unidas tenham ampla liberdade de levar adiante sua missão de avaliar se o Iraque dispõe mesmo de gases venenosos e armas químicas e nucleares, antes que os Estados Unidos se lance nesta aventura de atacar o país.
Ele citou artigo de Robert Fisk, do jornal The Independent, publicado na edição de hoje da Folha de S. Paulo, em que o jornalista coloca em dúvida a natureza do real interesse do governo norte-americano. A intenção de Bush seria acabar com uma ameaça à paz mundial ou obter vantagens do petróleo iraquiano?, indaga o jornalista, segundo Suplicy.
Para o senador, é preciso que a voz do Senado brasileiro se faça ouvir no mundo, advogando a causa da paz mundial e da fraternidade entre os povos. Em aparte, a senadora Heloísa Helena (PT-AL) disse que Suplicy representa o "coração valente" mais adequado da Casa, na defesa da paz.
Apoio político
Suplicy congratulou-se com a decisão do presidente do PSB, Miguel Arraes, e do seu candidato derrotado à Presidência da República, Anthony Garotinho, de dar apoio político a Lula na campanha de 2º turno. "Eles seguiram o caminho de Ciro Gomes e do presidente do PPS, Roberto Freire", disse.
As condições postas por Garotinho para dar seu apoio são, conforme o senador, harmônicas com as posições políticas já divulgadas por Lula, tais como não submissão aos ditames do Fundo Monetário Internacional (FMI), revisão do acordo sobre cessão de parte da Base de Alcântara (MA) aos Estados Unidos e negociação sobre a Área de Livre Comércio das Américas (Alca) em bases bem diferentes das que têm sido discutidas até agora. "Garotinho e Lula concordam que os atuais parâmetros de discussão representam uma anexação do Brasil aos EUA", observou.
09/10/2002
Agência Senado
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