Mesquita Júnior manifesta preocupação com interesse de Bush por biodiversidade energética do Brasil



Ao comentar a recente visita do presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, ao Brasil, o senador Geraldo Mesquita Júnior (PMDB-AC) disse nesta sexta-feira (23) estar preocupado com o interesse que o presidente americano demonstrou em relação à biodiversidade energética e à capacidade tecnológica do Brasil. Mesquita Júnior disse temer que a aproximação com os Estados Unidos comprometa a autonomia e a soberania dos programas de energias renováveis como o Proálcool e o biodiesel.

O senador pelo Acre disse que o biocombustível brasileiro, ou "combustível verde", incomoda os Estados Unidos. Mesquita Júnior ressaltou que, pela questão energética, os Estados Unidos invadiram o Iraque, numa guerra que já matou mais de meio milhão de pessoas, o que representa, como destacou, um massacre.

- Ele [Bush] trocou a boina militar do Exército norte-americano pelo capacete dos trabalhadores da Petrobras. A mesma pessoa que ordenou a invasão militar a um país autônomo como o nosso [Iraque] por causa da energia petróleo vem ao Brasil por causa de outra energia, o álcool - observou.

Embora, na opinião de Mesquita Júnior, não haja indícios de que aconteça uma invasão militar pelos Estados Unidos ao Brasil, o senador disse estar preocupado com a possibilidade de o Brasil entregar de forma pacífica o controle definitivo das fontes energéticas renováveis e não apenas a produção e a tecnologia do biocombustível brasileiro.

Mesquita Júnior informou que o Programa Proálcool implantou a base técnico-científica e industrial que tornou o Brasil referência mundial na substituição do petróleo nos combustíveis e também líder na produção de biocombustíveis. Nos 34 anos de implantação do Programa Proálcool, salientou, o Brasil economizou aproximadamente 800 milhões de barris de petróleo e evitou a emissão de 644 milhões de toneladas de gás carbônico na atmosfera.

No entanto, na visão do senador, a tecnologia do etanol também aprofundou as desigualdades sociais no país em razão da apropriação dessa tecnologia por corporações internacionais e do modelo agrícola brasileiro, que, para ele, prejudica o trabalhador rural.

- Avançamos muito, é verdade. Avançamos na tecnologia do combustível, na tecnologia dos motores, na tecnologia do plantio; avançamos na relação com o meio ambiente, mas regredimos na responsabilidade com os homens. Regredimos socialmente - ressaltou.

Amazônia

Em seu pronunciamento, Mesquita Júnior ainda questionou o fato de não existirem, no Amazonas, comitês de bacias hidrográficas. Ele fez questão de cobrar publicamente a criação de tais comitês para que a população possa participar das decisões em relação a seus rios.

O senador pelo Acre ressaltou que os rios da região amazônica, além de servirem de vias de transporte para a população ribeirinha, possuem 25% dos peixes do planeta, bem como possuem o maior potencial hidrelétrico do Brasil.



23/03/2007

Agência Senado


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