SUPLICY PEDE RETOMADA DE DIÁLOGO COM O MST
O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) protestou, hoje (dia 1º) contra a decisão do ministro da Reforma Agrária, Raul Jungmann, de interromper as conversações com o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) por causa dos acontecimentos ocorridos na semana passada. "A decisão é injusta porque,dessa vez, os trabalhadores foram vítimas, não os agentes da violência", ressaltou, pedindo a imediata retomada do diálogo.
Suplicy disse que, na semana passada, o que aconteceu foi um assassinato frio, e diante de testemunhas,de dois líderes dos sem-terra no Pará, conhecidos como 'Fusquinha' e 'Doutor'. "Os agressores foram um fazendeiro e seu acompanhante que interpelaram os dois líderes, no momento em que conduziam trabalhadores para longe da fazenda invadida. Não houve atos de violência por parte dos trabalhadores, eles foram vítimas", garantiu.
Segundo o senador paulista, a alegação de Jungmann e do presidente do Incra, Milton Seligman, de que o diálogo somente pode ser retomado quando"deixar de haver mobilização nacional do MST", não pode servir de pretexto para isolar o movimento. "Como pedir que os trabalhadores não permaneçam vigilantes? Eles sofreramviolência e não estão vendo providências do governo para apurar responsabilidades", disse Suplicy, argumentando que a mobilização tem sido eminentemente pacífica.
Ao fazer um apelo ao ministro Jungmann, e ao próprio presidente Fernando Henrique Cardoso, para que retomem o diálogo com o MST, o senador argumentou que o movimento se mantém em vigilância porque tem suas razões para duvidar da apuração dos atos de violência contra os trabalhadores. "É preciso recordar que o massacre de Eldorado de Carajás está completando 2 anos, sem que ninguém tenha sido responsabilizado penalmente pelas 19 mortes de trabalhadores", concluiu Suplicy.
01/04/1998
Agência Senado
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