Suplicy presidirá negociações sobre o caso dos sargentos homossexuais



O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) vai presidir grupo de trabalho destacado pela Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) para negociar junto ao Ministério da Defesa e ao Comando do Exército uma solução para o caso dos sargentos Laci de Araújo e Fernando Figueiredo. O primeiro foi preso logo depois de entrevista a RedeTV durante a qual foi abordada a relação homoafetiva que os dois mantêm desde 1997. Na entrevista, eles afirmaram que sofrem perseguições na corporação em razão desse relacionamento.

A criação do grupo de trabalho foi decidida na reunião do colegiado desta quinta-feira (5). Ao propor uma atuação da CRE para solucionar o caso e garantir a proteção dos direitos dos sargentos que poderiam estar sendo atingidos, Suplicy registrou que os dois chegariam ainda nesta quinta-feira a Brasília, onde Lacy ficará detido.

Por meio de informes à imprensa, o Exército vem afirmando que não há perseguição ou preconceito envolvido no caso. A informação é de que o inquérito contra Laci de Araújo foi aberto em decorrência de deserção - abandono do posto sem permissão ou causa justificada.

- Esse é um assunto que consideramos da maior gravidade. É inconcebível que, em um regime democrático, vivamos fatos dessa natureza, já que haveria outros mecanismos legais para cobrar disciplina - disse Heráclito Forte, presidente da CRE.

Na reunião, Suplicy informou que veio das famílias dos dois sargentos o apelo no sentido de uma atuação junto às Forças Armadas para que, como disse, os militares "fossem tratados com o devido respeito a seus direitos".Depois de detido, em São Paulo, Laci de Araújo foi encaminhado a hospital, apresentando sinais de crise psicológica.

Farão parte do grupo, ainda, os senadores Serys Slhessarenko (PT-MT), Fátima Cleide (PT-RO) e José Nery (PSOL-PA).



05/06/2008

Agência Senado


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