Suplicy quer representar o povo em todos os momentos



Para o senador reeleito pelo estado de São Paulo, Eduardo Suplicy (PT), representar o povo significa muito mais do que defender projetos de lei que possam gerar benefícios para a coletividade.

- Ser senador é representar o povo e expressar seus sentimentos nas horas de angústia, de aflição, de indignação, de alegria, de felicidade, em todos os lugares onde eu estiver, em qualquer situação - ressaltou.

Como representante do povo, conta Suplicy, ele é diariamente procurado pelas mais diversas pessoas, que pedem sua ajuda para resolver as mais diferentes situações. Recentemente, uma senhora que teve os filhos levados pelo pai para o Paraguai o procurou e ele a apresentou ao presidente daquele país, o que agilizou o processo de recuperação das crianças.

Esse tipo de atitude garantiu a ele quase 9 milhões de votos nas eleições do último domingo. No Senado desde 1991, Eduardo Suplicy acredita que sua grande conquista nesses 16 anos foi a aprovação, por esta Casa Legislativa, em 2002, e pela Câmara dos Deputados, em 2003, do projeto de lei que instituiu a renda básica incondicional ou a Renda de Cidadania. O projeto foi sancionado na forma da Lei 10.835/2004.

- Diz a lei que a Renda Básica de Cidadania, uma renda na medida do possível suficiente para atender às necessidades vitais de cada um, será estendida a todas as pessoas, não importa sua origem, raça, idade, sexo, condição civil ou mesmo socioeconômica, mas será implementada de maneira gradual, por etapas, começando pelos mais necessitados, até que todos venham a tê-la - explicou.

Suplicy disse também que o programa Bolsa Família, que hoje atinge um quarto da população brasileira - famílias com renda per capita de até R$ 120 -, vai ser transformado, segundo essa lei, em uma renda básica igual para toda a população brasileira, e mesmo para os estrangeiros aqui residentes há cinco anos ou mais, como um direito inalienável que permitirá a todos partilharem da riqueza da Nação.

- Isso já foi aprovado, sancionado, mas falta implementar. Eu estarei procurando influenciar no governo, para que seja logo efetivado - acrescentou.

Em seu próximo mandato, Suplicy compromete-se a continuar sua batalha pelos pilares que, em suas palavras, sempre caracterizaram sua atuação: "maior transparência e participação da população nas decisões que envolvam recursos públicos, ética na política e construção de uma sociedade mais justa e civilizada, baseada na busca por verdade, justiça, solidariedade, fraternidade, democracia e liberdade".

Para isso, pretende dar continuidade ao esforço para aprovar, por exemplo, o projeto que institui a Linha Oficial de Pobreza; um que estabelece normas e diretrizes para o governo federal realizar negociações bilaterais e multilaterais com outros governos (ambos em fase final de votação na Câmara dos Deputados); outro que dá nova regulamentação para as iniciativas populares, referendos e plebiscitos; e ainda uma outra matéria que propõe uma espécie de recall para políticos:

- Quando um representante do povo, no Legislativo ou no Executivo, não proceder bem, que possam os eleitores, com um referendo em meio ao mandato, ter a oportunidade de reavaliá-lo - detalhou o parlamentar.

Para Suplicy, também é fundamental que o Congresso Nacional se empenhe o quanto antes - em sua opinião, de preferência logo após o segundo turno das eleições - pela aprovação de uma reforma política que contemple, entre outros temas, a fidelidade partidária e o financiamento público de campanha.

- Ou, se permanecer o financiamento por pessoas físicas ou jurídicas, que se torne inteiramente transparente, durante a campanha, a contribuição de cada um, como eu fiz e defendi que fosse feito por todos - disse.

O senador quer ainda que o Legislativo priorize a possibilidade de implantação do voto distrital misto.



05/10/2006

Agência Senado


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