SUPLICY RELATA ACORDO PARA DESOCUPAÇÃO DE PRÉDIOS PÚBLICOS



O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) anunciou que, a partir da tarde de hoje (18), os milhares de pequenos agricultores e trabalhadores sem-terra estariam desocupando os prédios públicos do Ministério da Fazenda e do Incra que invadiram, há dois dias, no estado de São Paulo e em outros oito estados da Federação.

Segundo Suplicy, através de negociações exaustivas com o ministro Pedro Malan, foi possível acertar uma audiência sua com uma comissão de parlamentares do PT, que seria realizada ainda hoje (18), para discutir uma pauta de reivindicações dos trabalhadores. "Posteriormente, o ministro prometeu receber uma comissão dos trabalhadores, para ultimar as decisões sobre as reivindicações", disse.

Entre as reivindicações dos trabalhadores, Suplicy citou os aumentos de crédito dos assentados, para R$ 7.500 (teto I) e R$ 17.600 (teto II), a prorrogação sumária por 20 anos dos contratos de investimentos das cooperativas e dos assentados e seu enquadramento conforme resolução do Banco Central, determinando 6,5% de juros e 3 anos de carência. " Eles querem, ainda, o aumento dos recursos do Procerapara R$ 620 milhões em l998, criação de um seguro agrícola e destinação de 20% do Fundo Nacional do Meio Ambiente para o Procera, com vistas à recuperação de áreas degradadas e projetos agroflorestais".

Em aparte, o senador Gerson Camata (PMDB-ES) congratulou Suplicy, por sua ação eficiente de sustar a invasão de prédios públicos, que ele chamou de "repulsivo gesto de guerrilha urbana". Segundo Camata, o MST precisa acabar com essas invasões violentas, "porque não se pode quebrar as leis e a Constituição e depois esperar ser atendidos". Suplicyrespondeu que os grandes proprietários de terra dispõem de instrumentos de pressão, aqui mesmo no Congresso, e a invasão parece muitas vezes aos trabalhadores ser o único caminho.



18/03/1998

Agência Senado


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