Suplicy relata horror em penitenciária feminina



O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) afirmou que a melhor homenagem que poderia fazer às mulheres na sessão solene desta quarta-feira (12), seria relatar a visita surpresa que fez, em companhia do padre Agostinho, à Penitenciária Feminina de Pinheiros (SP), onde encontrou uma situação de horror, com 150 mulheres vivendo "sem voz e sem vez", disse.

Ele afirmou que, na qualidade de membro da Comissão Teotônio Vilela de defesa dos direitos humanos, enviou correspondência ao governador Geraldo Alckmin relatando o horror que presenciou na penitenciária, com gritantes deficiências em higiene e assistência médica, falta d"água e até torturas contra as detentas.

Para Suplicy, é inadmissível que não exista exame pré-natal para as grávidas e tratamento especial para as portadoras de Aids ou de doenças transmissíveis como a tuberculose. "Não parece ser uma penitenciária e sim um mero depósito de mulheres esquecidas", protestou.

O senador por São Paulo relatou também sua preocupação com a fronteira México/Estados Unidos onde, recentemente, às margens do rio Grande, morreu de frio a brasileira Prisciliana Pereira da Costa, que aguardava o momento de entrar nos Estados Unidos. "São muitos os latino-americanos que morrem nesse muro de Berlim que ainda permanece", disse.

Suplicy afirmou que o livre trânsito entre todos os americanos deve ser ponto de honra na negociação da Área de Livre Comércio entre as Américas (Alca). Para ele, não é possível se falar de livre comércio de mercadorias sem garantir o legítimo direito de ir e vir das pessoas.



12/03/2003

Agência Senado


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