Suplicy restitui recursos de passagens e devolve R$ 47 mil em créditos não utilizados à Mesa
O senador Eduardo Suplicy (PT-SP), em discurso nesta quarta-feira (6) anunciou a devolução à Mesa do Senado de pouco mais de R$ 42 mil em créditos de passagens relativos a outubro, novembro e dezembro de 2007, já que não utilizou o total a que tinha direito segundo as regras vigentes à época. De outubro daquele ano até março de 2009, ele tem pouco mais de R$ 239 mil em créditos para viagens, o que, em sua opinião, demonstra "rigor" no uso.
Suplicy também comentou reportagem publicada pelo jornal Folha de S. Paulo revelando que teria utilizado recursos de suas cotas de passagem para emitir bilhete internacional à sua namorada, Mônica Dallari, em 2007, que o auxiliou durante uma viagem. Suplicy assegurou ter devolvido pouco mais de R$ 15 mil, relativos ao deslocamento à China, ainda naquele ano, e anunciou a devolução, realizada na terça-feira (5), de R$ 5.221,35 referentes a passagens emitidas em sua cota no ano de 2008 para Mônica.
O senador lembrou ter sido eleito com votos de 48% dos paulistas que foram às urnas e que sua atuação no Senado busca fazer jus à confiança de seus eleitores, na defesa da ética e dos princípios constitucionais do Brasil. Ele disse acompanhar atentamente as críticas feitas pela imprensa, mesmo as mais duras - que em sua opinião decorrem de sua própria história e daquilo que esperam dele -, agradeceu aos críticos e disse aprender com os passos que dá ao longo da vida.
Suplicy pediu desculpas a seus filhos e familiares pelo sofrimento que possa ter causado e, especialmente, a Mônica Dallari, pessoa, conforme disse, a quem tanto estima.
- Peço desculpas. Trata-se de questão de minha responsabilidade - declarou.
Em aparte, o senador Heráclito Fortes (DEM-PI) afirmou que Suplicy usou um mecanismo legal e usual, agora modificado por decisão da Mesa, mas que era praticado por todos os colegas. Heráclito lamentou que o fato tivesse tanta repercussão e lembrou que o delegado da Polícia Federal Protógenes Queiroz fez uma série de viagens na cota de parlamentares e não foi tão criticado.
O senador José Agripino (DEM-RN) leu trecho do contrato fechado entre o Senado e a empresa responsável pela emissão de passagens que previa a "emissão de bilhetes e ordens de passagens aéreas domésticas e internacionais e serviços afins", que seriam outros serviços eventuais previamente autorizados pelo Senado, tais como hospedagem, seguro de viagens, alimentação e locomoção urbana na localidade do destino, explicou. Segundo o senador, todos faziam o que era "amparado por um contrato" que deveria estar registrado no Tribunal de Contas da União (TCU).
- Como criminalizar o que está contratado e escrito, apalavrado e legalizado? - questionou, mas defendendo a atual restrição adotada pela Mesa.
O senador João Pedro (PT-AM) disse ainda que Suplicy continua sendo uma referência para o PT, o Congresso Nacional e o Senado e o presidente do Senado, José Sarney, afirmou que o parlamentar paulista "tem a solidariedade total da Casa".
06/05/2009
Agência Senado
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