SUPLICY: TERESA GROSSI RESPONDE A DUAS AÇÕES DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA



O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) afirmou nesta quinta-feira (dia 16) que o líder do governo no Senado, José Roberto Arruda (PSDB-DF) deu informações incorretas ao Senado a respeito da funcionária do Banco Central, Teresa Grossi, indicada para ocupar a Diretoria de Fiscalização da instituição. Segundo Suplicy, Grossi responde a dois processos judiciais.
Os processos, movidos por procuradores do Ministério Público Federal junto à 4ª Vara da Seção Judiciária do Distrito Federal, solicitam o indiciamento de vários funcionários do Banco Central em ação de improbidade administrativa devido à operação de socorro aos bancos Marka e FonteCindam por ocasião da mudança cambial que resultou na desvalorização do real frente ao dólar, operada no início do ano passado. O senador solicitou a transcrição integral das duas ações judiciais nos anais do Senado.
- A Agência Brasileira de Informações não serve para nada? A Secretaria de Assuntos Estratégicos não informa o presidente dessas coisas? O Senado vai fingir que essas ações não existem? - perguntou o senador, que também considerou "um absurdo" que o presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães "não esteja sendo firme nessa questão".
Inicialmente o senador afirmou que tentaria entregar pessoalmente as duas ações ao presidente da República, que compareceu no Congresso para participar da solenidade de entrega do Prêmio Luís Eduardo Magalhães. Depois, em outra intervenção, afirmou ter decidido protocolar os documentos na Presidência da República. As ações justificariam, a seu ver, que o exame da indicação de Grossi seja sustado até decisão final da Justiça.
AMEAÇA DE MORTE
Em outro registro, o senador informou ter encaminhado dois ofícios solicitando garantia de vida para o advogado da Comissão Pastoral da Terra do Paraná, Darci Trigo, ameaçado de morte por três telefonemas anônimos. Um dos ofícios é dirigido ao ministro da Justiça, José Carlos Dias; o outro, ao governador do Paraná, Jaime Lerner.
Segundo Suplicy, as ameaças podem estar ligadas a fatos ocorridos em 27 de novembro de 1999 no Centro Cívico de Curitiba, durante despejo de trabalhadores rurais sem terra. O advogado agora ameaçado foi então acusado de ter quebrado a perna de um policial militar. O bispo auxiliar de Curitiba, Dom Ladislau Boernaski, e vários jornalistas presentes testemunharam que o soldado tropeçou num meio-fio e inocentaram Darci Trigo. No entanto, "o governo do estado divulgou oficialmente a versão de que o advogado fora o responsável", relatou Suplicy ao ministro da Justiça.

16/03/2000

Agência Senado


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