Tarso admite: MST traz a insegurança









Tarso admite: MST traz a insegurança
O candidato ao governo Tarso Genro, do PT, afirmou ontem que, se for eleito, pretende dialogar com o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) para integrá-lo à sociedade. Durante almoço com a Associação de Dirigentes Cristãos de Empresas na Igreja da Pompéia, em Porto Alegre, Tarso admitiu que o movimento gera insegurança em algumas regiões do Estado. Adiantou que não irá aplicar tolerância zero aos movimentos sociais, pois seria a sua criminalização sem diagnosticar a causa. Justificou que essa atitude poderia provocar guerra social. Salientou que o PT não é extensão do MST. Afirmou que, se 20% dos recursos arrecadados com a privatização da CRT fossem investidos na área social, o problema das invasões de terras estaria resolvido. Tarso projetou que o seu governo deverá cometer menos erros do que a administração de Olívio Dutra.


Collares denuncia PT por monopolizar os espaços
O deputado federal Alceu Collares, do PDT, entrou ontem com denúncia contra o PT na 112ª Zona Eleitoral, responsável pela propaganda, por abuso de poder econômico. Disse que o uso pelos candidatos do PT de grande parte dos postes de Porto Alegre e do Interior para afixar material constitui-se em desrespeito à legislação eleitoral. Propôs que os locais públicos sejam distribuídos pelo critério da proporcionalidade.


Quase prontos centros de operações
Partidos vão inaugurar em Porto Alegre na próxima semana os comitês destinados às campanhas

Os comitês dos principais candidatos ao governo, que servirão para centralizar materiais e informações das campanhas, estão sendo estruturados pelos partidos. Todos terão espaço em Porto Alegre destinados também para as candidaturas à Assembléia, à Câmara, ao Senado e à Presidência. Apesar de os partidos pretenderem inaugurá-los na próxima semana, o que está em estágio mais avançado é o do candidato da Frente Popular (PT-PCB-PC do B-PTN), Tarso Genro. Situado na rua Duque de Caxias, 555, faltam só detalhes finais. A inauguração do comitê ocorrerá terça-feira, mas os telefones já foram instalados e os coordenadores da campanha estão utilizando o espaço para reuniões. O prédio de três andares tem 1.100 metros quadrados e foi alugado pelo PT por R$ 5 mil ao mês, com contrato até o final do 2O turno.

O comitê de Caleb de Oliveira, que concorre pelo PSB ao Palácio Piratini, seria inaugurado terça-feira, com a presença do candidato ao Palácio do Planalto, Anthony Garotinho. O compromisso teve de ser desmarcado pelo atraso na reforma. O prédio, na avenida Alberto Bins, 1062, de 200 metros quadrados, foi locado por R$ 3 mil pelo período de julho a outubro. A inauguração deverá ficar para o dia 18. O candidato Germano Rigotto, da União pelo Rio Grande (PMDB-PSDB-PHS) optou por prédio na avenida Sertório, 937. Serão utilizados dois dos três andares, correspondendo a 450 metros quadrados. O valor do aluguel não foi divulgado porque a coordenação da campanha do PMDB não fechou o contrato formalmente. A estrutura interna está pronta, faltando apenas identificar a candidatura de Rigotto na fachada. A inauguração será segunda-feira.

A Frente Trabalhista (PDT-PTB-PAN), de José Fortunati, está negociando locação de prédio na avenida Farrapos, de 700 metros quadrados. Não firmou ainda contrato mas, de acordo com o coordenador da campanha, Romildo Bolzan Júnior, o aluguel deverá ser de R$ 1, 8 mil por mês. O PPB, do candidato Celso Bernardi, está à procura de local para o comitê. Por enquanto, centraliza a campanha na avenida Borges de Medeiros, onde fica a sede regional. Luiz Fernando Fernandes, responsável pela busca de casa de 600 metros quadrados, bem localizada, salientou que está difícil compatibilizar essas qualidades com o preço. Segundo ele, a idéia é gastar em torno de R$ 4 mil ao mês, mas as propostas chegam a R$ 12 mil.

O candidato da coligação Rio Grande em Primeiro lugar (PPS-PFL-PT do B-PSL), Antônio Britto, usará a sede do PPS como comitê, na avenida Pelotas. Segundo o coordenador da campanha, Nelson Proença, quando o prédio foi escolhido para sediar o partido, pensou-se na estrutura da campanha. Proença comentou que a idéia de não criar outra central em Porto Alegre não deixa de ser forma de economizar.


Bernardi propõe que RS participe da guerra fiscal
O candidato do PPB ao governo, Celso Bernardi, disse ontem, durante roteiro por Camaquã, Cristal e Amaral Ferrador, que fará 'equalização interestadual do ICMS'. Citou que o arroz gaúcho perde em competitividade por ter alíquota de ICMS de 10% enquanto nos outros estados é de 7%. Salientou que na sua gestão o Estado participará da guerra fiscal e será reinserido no mapa de investimentos de empresas nacionais e internacionais.


Fortunati defende atenção a prefeitos
José Fortunati, que concorre ao governo do Estado pela Frente Trabalhista (PDT-PTB-PAN), criticou ontem as administrações atual e anteriores por atenderem somente às reivindicações de prefeitos dos seus partidos. Durante palestra no 24O Encontro Estadual de Vereadores, promovido pela União dos Vereadores do Rio Grande do Sul (Uvergs), em Porto Alegre, ele declarou que o seu projeto de governo prevê a formação de comissões de prefeitos e parlamentares para aproximar a administração estadual das comunidades municipais. Os integrantes dos grupos de interlocutores seriam indicados pela Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul e pela Uvergs. Fortunati apresentou no encontro com o vereadores as principais propostas do seu plano de governo.


Rigotto quer renegociar a dívida
A renegociação da dívida do Estado com a União foi a solução defendida ontem pelo candidato da aliança União pelo Rio Grande (PMDB-PSDB-PHS) ao Palácio Piratini, Germano Rigotto, com objetivo de obter recursos a curto prazo para o começo da próxima gestão. Durante palestra na Federação do Comércio Varejista do Rio Grande do Sul, à tarde, em Porto Alegre, disse que pedirá ao próximo presidente a redução da alíquota de 13% para 10% da receita líquida que o Estado paga mensalmente à União. Irá propor o adiamento de cinco parcelas da dívida. Ele considerou grave a situação do Estado, com déficit de R$ 4 bilhões e rombo de R$ 1,35 bilhão no caixa único.

Rigotto garantiu que não elevará alíquotas de impostos, mas vai tentar aumentar a base tributária e combater a sonegação fiscal. Em relação ao IPE, sugeriu pacto entre os candidatos ao governo para que cheguem à solução de consenso sobre o endividamento.

Pela manhã, Rigotto esteve em Rio Grande, com os candidatos ao Senado Odacir Klein e Vicente Bogo. Sugeriu a criação de projetos que incentivem o turismo na Metade Sul. Para ele, locais históricos de Rio Grande, Pelotas e São José do Norte devem ser explorados.


Disputam as eleições no país 18.151 candidatos
O Tribunal Superior Eleitoral divulgou ontem que o total de candidatos destas eleições em todo o país é de 18.151. Concorrem aos governos dos estados e do Distrito Federal 210. Há 334 candidatos registrados ao Senado, 4.629 à Câmara e 12.978 às assembléias legislativas e à Câmara Distrital. São Paulo tem o maior número de concorrentes aos cargos, totalizando 2.525. O Rio vem em segundo, com 1.873 candidatos.


PSB procura evitar que ex-presidente concorra
O PSB está organizando frente nacional para impedir que o ex-presidente Fernando Collor de Mello volte a concorrer nestas eleições. 'É inconcebível que em Alagoas o PPS, o PDT e o PTB respaldem a candidatura de Collor, ignorando todos os fatos ocorridos em sua gestão na Presidência', afirmou ontem o presidente regional do PSB, Beto Albuquerque. Ele discutirá sobre a frente com os presidentes desse s partidos e do PT, deputado José Dirceu.


Serra chama adversário de genérico de Collor
José Serra, presidenciável da aliança PSDB-PMDB, chamou ontem, em Vitória, Espírito Santo, Ciro Gomes, da Frente Trabalhista, de genérico do ex-presidente Fernando Collor de Mello. 'Ciro é o candidato do insulto, com ele não dá para debater idéias', criticou. Ciro havia dito que Serra foi desonesto ao considerar calote a proposta de alongamento da dívida. Para Ciro, ele e Collor só têm em comum serem ex-governadores de estado nordestino.


Lula garante ter amadurecido
O candidato à Presidência Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem à noite, em entrevista à Rede Globo, que as posições do PT estão mais amadurecidas do que no passado. 'Não mudamos de opinião. Evoluímos para entender que os contratos firmados entre o Brasil e outros países devem ser cumpridos', explicou. Ele apontou que, se o PT fizesse plebiscito sobre a possibilidade de o Brasil não pagar a dívida, várias pessoas concordariam. O candidato afirmou que o PT apresenta propostas mais maduras sobre a questão. Lula declarou que o PT resolveu se aliar a todos os que se opõem ao sistema atual de governo e ao projeto econômico. 'Procuramos não só os partidos que estão conosco, mas também setores do PMDB, do PPS e do PSB', lembrou. Garantiu que não terá problemas em ter o ex-governador Orestes Quércia no seu palanque em São Paulo, citando que o presidente Fernando Henrique Cardoso fez as pazes com o governador de Minas, Itamar Franco.

Lula assegurou que a diferença entre o PT e os outros quanto às denúncias de corrupção em seus governos é que o seu partido apura as responsabilidades. 'Eu sempre disse que o PT precisaria ganhar eleições para ser vidraça também', salientou. Questionado sobre a posição do partido em querer destruir fitas que poderiam ajudar nas investigações sobre as denúncias de suposto esquema de propina na Prefeitura de Santo André, Lula afirmou que a direção do PT quer que tudo seja feito da forma mais legal possível. 'A Polícia Federal cometeu uma insanidade. Até eu fui investigado por dois anos e, pelo que me consta, não cometi nenhum crime. Não queremos que essa fita seja utilizada para fins políticos', explicou.


FHC lamenta críticas de que nada mudou no Brasil
Alvo até do candidato do governo, José Serra, o presidente Fernando Henrique Cardoso desabafou ontem em cerimônia no Palácio do Planalto. Declarou que os críticos precisam acabar com a ladainha de que nada mudou. 'Estou cansado de ouvir discursos e ler artigos que dizem que o Brasil teve mais uma década perdida', queixou-se. FHC previu que, se forem mantidos os atuais programas sociais, o efeito virá a longo prazo, entre dez e 20 anos.


Ciro conta com os seguidores de ACM
O candidato da Frente Trabalhista à Presidência, Ciro Gomes, já tem o apoio dos que seguem a liderança do ex-senador Antônio Carlos Magalhães, do PFL. A garantia foi dada ontem, em Salvador, pelo presidente da União Baiana dos Municípios, Roberto Ribeiro, do PFL, prefeito de Jequié. Segundo ele, 380 dos 471 prefeitos, 23 deputados federais e 41 estaduais liderados por ACM fazem campanha pró-Ciro. O governador da Bahia, Otto Alencar, do PL, confirmou: 'É um bloco unido, seguindo a orientação de Antônio Carlos Magalhães'. O ex-senador garantiu que está mais empenhado na campanha estadual, mas pede votos para Ciro. Os aliados de ACM acreditam que Luiz Inácio Lula da Silva, candidato do PT, vencerá na Bahia, mas querem Ciro em segundo lugar.


Agenda dos candidatos

Hoje
Celso Bernardi (PPB) 11

Manhã:
palestra na União dos Vereadores do Rio Grande do Sul. Tarde: Pantano Grande.

José Fortunati (PDT-PTB-PAN) 12
16h30min: Mercado Público de Porto Alegre. Noite: lançamento da candidatura do deputado estadual Vieira da Cunha.

Tarso Genro (PT-PCB-PC do B-PTN) 13
7h45min: Espumoso. 9h30min: Salto do Jacuí. 15h: Arroio do Tigre. 17h: retorno a Porto Alegre.

Germano Rigotto (PMDB-PSDB-PHS) 15

Manhã:
Vila Verde, Passo do Sobrado, Venâncio Aires e Estrela. 17h: caminhada em Caxias do Sul com a candidata à vice-presidência Rita Camata.

Antônio Britto (PPS-PFL-PT do B-PSL) 23

Manhã:
General Câmara e São Jerônimo. Tarde: Butiá e Charquedas.
Caleb de Oliveira (PSB) 40
7h: Pelotas. 12h: Rio Grande. Tarde: Retorno a Pelotas.
José Vilhena (PV) 43

Manhã: Guaíba.


Artigos

O caso dos terrenos
Alceu Collares

Mais de uma década, mais de 20 volumes de um processo, o que é anormal para uma Justiça em que os padrões internacionais são mais do que respeitados: um ano por instância. Esta é a Justiça do nosso Estado. Muita vez, entretanto, é preciso deixar que o tempo, o senhor da razão, prevaleça. Em outro artigo - para este mesmo prestigioso e sério quotidiano - demonstrei que a generalidade das providências decorrentes da perversa CPI da Propina - liderada pelo então representante do sedizente Partido dos Trabalhadores, senhor Flávio Koutzii - não foi senão um redondo fracasso, todas as ações promovidas pelo Ministério Público - o destinatário final - sendo julgadas improcedentes.

Desta vez, tratava-se da alienação direta de terrenos na Beira-Rio, com recursos destinados à construção das Casas da Criança. À concorrência não acorreram concorrentes; à licitação, licitantes; ao certame, interessados. Procedeu-se, então, à venda direta que foi realizada por secretários municipais, sem a participação do então prefeito. Foi o bastante para que o meu sucessor, hoje governador, em vez de providenciar o eventual ressarcimento do Erário, como de resto decidiu o egrégio Tribunal de Contas do Estado, denunciasse ao mesmo tribunal o que entendeu como uma enorme irregularidade, assim como adversários da época, partidários do saudoso deputado Nelson Marchezan, propusessem ação popular, com enorme repercussão pela imprensa. Este último, diga-se, por respeito, antes de falecer e por intermédio de seu ilustre patrono, desistiu da ação popular, da qual discordou, como de direito, o Ministério Público.

Por decisão unânime da 2a Câmara do egrégio Tribunal de Justiça - sendo relator o eminente magistrado Túlio de Oliveira Martins, em memorável voto, sessão presidida pelo eminente desembargador Antônio Dall'Agnol, acompanhados, ambos, pelo desembargador Arno Werlang -, após três horas de julgamento, a venda direta dos imóveis não foi nem irregular nem prejudicial aos cofres públicos. Uma bela recompensa a um homem público que sempre acreditou na Justiça de seu Estado.


Colunistas

PANORAMA POLÍTICO - A. Burd

DO OUTRO LADO DA FRONTEIRA
O candidato Ciro Gomes estará em Lajes, domingo à tarde, para comício patrocinado pelo PFL. Até o começo da noite de ontem, o PPS catarinense não tinha detalhes do roteiro. Sabia apenas que os liberais serão os anfitriões. O certo é que o presidenciável não atravessará o rio Pelotas para entrar no Rio Grande do Sul. Mantém acordo com Leonel Brizola, que estará segunda-feira em Florianópolis para aumentar a pressão do PDT contra a permanência de Sérgio Grando, do PPS, como candidato ao governo de Santa Catarina. De Recife, Roberto Freire tentou ontem tranqüilizar sem sucesso. A tempestade está montada do outro lado da fronteira. Bastará bater um vento Norte para que chegue ao RS, onde a tática de Brizola será a mesma.

DESPISTE
A direção do PDT registra a próxima vinda de Leonel Brizola ao RS para 24 de agosto, quando sempre visita o túmulo de Getúlio Vargas em São Borja. É a operação-despiste para não atiçar. Virá bem antes.

CONCEITO
Diante de empresários cristãos, ontem, o candidato Tarso Genro n


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