Tarso quer se aproximar do PDT e PMDB no 2º turno



 





Tarso quer se aproximar do PDT e PMDB no 2º turno
O candidato do PT ao governo do Estado, Tarso Genro, defendeu ontem uma aproximação com o PDT e o PMDB no segundo turno das eleições deste ano. Em entrevista coletiva após a primeira reunião da coordenação de campanha, Tarso comentou que a saída do ex-governador Antônio Britto e de seu grupo do PMDB deixou o partido "com mais sobriedade".

O petista não negou as diferenças ideológicas entre as legendas, mas lembrou a origem de esquerda do PMDB, em função do extinto MDB, e destacou que o partido "está mais nítido" agora. Acrescentou, ainda, que há vários setores do PDT que estarão com o PT, caso José Fortunati não dispute o segundo turno.

Sobre o lançamento da candidatura Britto, avaliou que enriquecerá o processo eleitoral. "Britto foi sincero
enquanto negava que concorreria e está sendo sincero hoje. Ele deve ter sido forçado a disputar pelo pequeno grupo que o acompanhou ao PPS. Partido que, aliás, foi ocupado por um grupo que nada tinha a ver com sua história", analisou.

Tarso ressaltou também que a boa colocação do ex-governador nas pesquisas de opinião se deve à alta exposição dele na mídia nos últimos 30 dias. Conforme o candidato, ainda há um desconhecimento das bases peemedebistas de que Britto não pertence mais aos quadros do partido. "Estranhamente, não foi publicada a simulação de segundo turno. Não sei se porque Britto ficaria magoado, mas é importante para nós sabermos", suspeitou.

Amanhã, Tarso inicia roteiro de campanha pelo interior do Estado. Começará a viagem pelo menor município gaúcho em número de habitantes, André da Rocha. "Se quero governar o Rio Grande do Sul, preciso estabelecer boas relações políticas com todos aqueles que têm poder direto", explicou, comentando o encontro que pretende manter com o prefeito da cidade, Ademir Zanotto (PPB).

O petista apresentou, ainda, detalhes de sua viagem pela Europa, onde manteve reuniões com o empresariado espanhol e com o presidente da Comissão Européia, Romano Prodi. "Devemos aprofundar nossa visão de relacionamento entre o Mercosul e a Europa. É importante", concluiu.


Vereadores do PDT e PTB consolidam a coligação
Ao contrário da crise estabelecida entre setores do PDT e do PTB, que dificultam a consolidação da Frente Trabalhista no Estado, as bancadas dos dois partidos na Câmara Municipal da Capital, aguardam com expectativa a decisão de união, que pode ser o primeiro passo para a fusão das siglas após a eleição. Atuando em sincronia desde de 2000, quando em Porto Alegre, PDT e PTB, assumiram a aliança que levou Alceu Collares ao segundo turno, os vereadores dos dois partidos vêm atuando em conjunto, formando o bloco trabalhista, um dos blocos político-partidários no Legislativo da Capital.

Para o líder do PDT, Isaac Ainhorn, o Bloco Trabalhista é uma prova de que a convivência e a parceria entre os dois partidos não só é possível, como é real. Ele lembrou que há muito defende a união do trabalhismo em torno de uma só sigla partidária e manifestou a sua satisfação pelas articulações feitas pelas direções nacionais do PDT e do PTB, empenhadas em concretizar essa antiga aspiração.

Isaac afirmou que os atritos não prejudicarão as relações existentes entre as bancadas. Ele salienta que com a fusão os trabalhistas terão a segunda maior bancada do Legislativo, com oito vereadores, um a menos do que o PT, que possui nove representantes na Câmara.

Cassiá Carpes, líder do PTB, disse que a "aliança deve ser feita através do diálogo e não pela força". O petebista destacou que os gaúchos não são contra a união das siglas. Conforme ele, o distanciamento da cúpula do partido em Brasília, é uma reação contra práticas de atrelamento que a cúpula nacional tinha com o governo federal, "contrariando princípios do trabalhismo".

Cassiá lembrou que a grande dificuldade da aliança está na composição das chapas para a Assembléia e Câmara Federal. "O PTB gaúcho até aceita a aliança na chapa majoritária, mas quer manter a independência nas eleições para os Legislativos", ressaltou o parlamentar.

Segundo Cassiá, os petebistas gaúchos não aceitarão a intervenção pretendida pela executiva nacional, que negocia em Brasília a revelia do que pensa a base no Rio Grande do Sul. "Cada vez mais cria-se um afastamento na formação da Frente no Estado", argumentou Cassiá. Ele salientou, entretanto, que a crise não deve afetar a boa relação das bancadas na Câmara Municipal.


Rigotto se reúne com prefeitos e vices
O pré-candidato do PMDB ao governo do Estado, Germano Rigotto, reuniu-se ontem ao final da tarde, com prefeitos, vices, ex-prefeitos e ex-vices, do partido. O encontro, realizado no Clube Caixeiros Viajantes, em Porto Alegre, serviu para tratar do projeto de Governo e estratégias de campanha.

O PMDB do Rio Grande do Sul tem, atualmente, 135 prefeitos, 134 vice-prefeitos e 1.340 vereadores. O encontro foi aberto pelo presidente regional do PMDB, deputado Cezar Schirmer e contou com a presença do senador Pedro Simon. Após o final do encontro, o pré-candidato ao Palácio Piratini e os participantes do encontro realizaram um jantar de mobilização e confraternização.


BC corta juros se inflação ceder
O presidente do Banco Central, Armínio Fraga afirmou ontem que, se for confirmada a queda da inflação, o BC vai cortar os juros. "A taxa de juros faz parte do nosso arsenal para examinar a trajetória da inflação e buscar atingir nossas metas, no prazo adequado", explicou. Ele observa que a desaceleração ainda não se confirmou, mas é real. "Se for confirmada e espelhar uma taxa de inflação mais baixa, nós poderemos cortar.

A inflação, tudo indica, cairá. É isso que estamos de olho. Se ela cair...", disse.

O presidente do BC acredita que o período pré-eleitoral poderá reduzir um pouco os investimentos estrangeiros, mas lembrou, no entanto, que as empresas interessadas nesse tipo de investimento pensam num horizonte de 10 anos. "Não creio que o impacto seja muito grande, a não ser que aconteça algo muito estranho", declarou.

Fraga comparou o uso de papéis atrelados ao dólar e a venda de moeda ao medicamento cortisona, que não pode ser recomendado aleatoriamente aos pacientes. "A questão dos títulos cambiais é da família da intervenção, o que não se faz todo dia, o equivalente ao cortisona na Medicina. Você não dá cortisona para o paciente todo dia. Quando for a hora a gente dá. Mas em princípio não", afirmou. A aparente neutralidade do BC diante da escalada do dólar, na avaliação de especialistas, se justifica pelo fato de não haver uma pressão forte em função de pagamentos externos e também porque o BC conta com novo instrumento para dar proteção ao mercado: a venda de contratos de câmbio (swap cambial).

As projeções do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para este ano, colhidas na última pesquisa semanal feita pelo Banco Central (BC), voltaram a subir e saltaram de 5,46% para 5,50%, teto da meta de inflação. A variação ocorreu numa semana marcada por um aumento da tensão eleitoral com a divulgação de denúncias contra o ex-diretor do Banco do Brasil (BB) Ricardo Sérgio e com o crescimento da percepção de risco dos fundamentos da economia brasileira. A previsão de inflação no teto da meta foi balizada por uma projeção de taxa de juros de 17% ao fim deste ano, ao contrário dos 16,6% do levantamento anterior. Aposta numa taxa de crescimento da economia neste ano de 2,4% foi mantida.


Multipalco do TSP enfrenta concorrência
Um almoço no Theatro São Pedro reuniu, ontem, deputados federais gaúchos e representantes da comunidade cultural do Estado. O objetivo do encontro era anunci ar a aprovação de uma emenda ao Orçamento Geral da União/2002 que contempla projetos culturais de vários municípios, incluindo aí o Multipalco do Theatro São Pedro. A verba, de cerca de R$ 7,5 milhões, faz do Rio Grande do Sul um Estado pioneiro neste tipo de iniciativa. "Não temos notícias de outro que destine verbas às quais têm direito para projetos culturais. Foi um trabalho de convencimento feito no corpo a corpo, com idas a Brasília e reuniões sistemáticas", diz o secretário de Cultura do RS, Luiz Marques.

A campanha junto aos deputados começou há dois anos e foi encabeçada por Eva Sopher, presidente da Fundação Theatro São Pedro, que precisa de quase R$ 30 milhões para erguer os 13 mil metros quadrados da estrutura do Multipalco. "Será um complexo que vai modificar a paisagem da Praça da Matriz, devolvendo à comunidade o espaço ao lado do theatro, exatamente como no passado", complementa Eva Sopher. Para Luiz Marques, a aprovação desta emenda é apenas o começo do movimento. "A partir de agora, a cultura deve estar em todos os orçamentos anuais. Sabemos que parte dos deputados nos apóia e eles consideram as atividades culturais um instrumento de cidadania", acrescenta o secretário.

Outros projetos apresentados
Apesar de a campanha ter sido iniciada por Eva Sopher em prol do Multipalco, os parlamentares federais resolveram incluir outros projetos na emenda proposta ao Orçamento Geral da União. "A idéia inicial é que esta verba fosse destinada ao anexo do Theatro São Pedro, mas surgiram outras demandas e os deputados resolveram dividir a verba, contemplando mais projetos", explica a deputada Esther Grossi. Assim, o Multipalco aparece como prioridade da lista, devendo receber cerca de R$ 3,5 milhões. Na seqüência, vem o Portal das Linguagens (Passo Fundo), com R$ 1,5 milhão; o Parque do Gaúcho (Bagé), com R$ 1 milhão; e as bibliotecas do Movimento Tradicionalista Gaúcho, projeto que também fica com R$ 1 milhão. A emenda ainda destina R$ 500 mil para o Memorial dos Presidentes (São Borja) e R$ 300 mil para o Memorial Alberto Pasqualini, de Ivorá.

Mesmo com a boa argumentação apresentada pelos representantes de cada proposta, o clima do encontro deixou algumas dúvidas sobre o consenso dos deputados em torno dos projetos. Para alguns, a destinação da verba para seis iniciativas diferentes foi uma surpresa. "Eu apóio a construção do anexo do TSP, mas questiono outras iniciativas que foram trazidas a este encontro", disse o deputado Cezar Schirmer, que não assinou a lista de adesão proposta pelos colegas da Câmara. O deputado Pompeu de Mattos também questionou a relação apresentada. "O consenso sempre foi o Multipalco. Agora, teremos que rever as posições do grupo". Do outro lado, também não concordando com as verbas destinadas a cada projeto, estava o presidente do MTG, Manoelito Savaris. "Existem 1474 CTGs no Rio Grande do Sul e todos têm seus projetos. Não acho correto que uma única instituição ganhe R$ 3,5 milhões", observa.

Tudo indica que uma polêmica está a caminho, mas a senadora Emília Fernandes garante que a verba não demora a sair. "Como é ano eleitoral, estas liberações precisam ser encaminhadas até o dia 31 de julho."

Enquanto isso, Eva Sopher pensa em estratégias para dar início às obras do anexo. Nas próximas semanas, será lançado um edital para escolha de uma empresa que administre a área do estacionamento do futuro Multipalco. "A intenção é propor que esta empresa construa a área do estacionamento, com três andares, o que vai adiantar uma parte da construção", conta.


Incra garante vistorias de terra no Estado
As vistorias de terras no Rio Grande do Sul serão retomadas sem enfrentamento e através do diálogo. A afirmação foi feita ontem pelo superintendente regional interino do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Waldir Dorini. Ele deve permanecer, no máximo, por 40 dias no Estado em substituição a Janio Guedes Silveira, que pediu demissão na sexta-feira. Dorini vai se reunir hoje, em separado, com o secretário estadual de Reforma Agrária, Antônio Marangon, e com o presidente da Federação da Agricultura (Farsul), Carlos Sperotto.

Dorini, que considera o diálogo entre as partes envolvidas na questão agrária um fator "imprescindível", explicou que o trabalho de identificação das famílias integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) que praticam invasões não é atribuição do Incra. "Nós vamos solicitar junto aos órgãos de segurança e ao Ministério Público o envio das relações das famílias que tenham sido identificados nos autos judiciais e que praticam ocupações de propriedades", afirmou. Segundo ele, há uma pena administrativa que prevê que, se algum sem-terra cadastrado praticar atos de esbulho, será excluído das listas dos futuros beneficiados. "A reforma agrária é o único desafio a ser buscado no Rio Grande do Sul", observou.

O superintendente disse que só se reunirá com o MST após a realização de uma audiência entre uma comissão do movimento com integrantes do Ministério do Desenvolvimento Agrário, amanhã, em Brasília. A expectativa do Incra é de que 3,6 mil famílias gaúchas sejam assentadas até o final do ano. Dorini também avaliou como "gesto nobre" a decisão de Janio Guedes da Silveira a decisão de pedir demissão do cargo, depois de ter se manifestado contra a identificação dos invasores.

Ontem, cerca de 80 famílias sem-terra acamparam às margens da RS-118, entre Alvorada e Viamão. Segundo o MST, o objetivo é mostrar que a política de reforma agrária do governo federal não vem dando resultado. O movimento pretende reunir 300 famílias no local. Hoje expira o prazo dado pela Justiça para os agricultores que invadiram a fazenda Bom Retiro, em Júlio de Castilhos, saiam do local. Mas a decisão a este respeito sairá de assembléia do MST.


Artigos

Ainda a questão agrária
Mario Hamilton Vilela

Ressalta-se, no País, apesar de sua dimensão continental, a má distribuição da terra; os imóveis com mais de 1.000 hectares representam, em números redondos, apenas 2% do total, e os com menos de 100 hectares, 86%. Destes últimos, 66,6% (em números absolutos, mais de 2.500.000 imóveis rurais) possuem superfície inferior a 25 hectares. Os imóveis rurais com mais de 1.000 hectares ocupam 57,2% da área total em propriedade. No outro extremo, as propriedades familiares (com área de menos de 100 hectares) ocupam 14,5% da área total dos imóveis rurais do País (Dados oficiais do Incra). Com relação à produção agrícola, as propriedades com menos de 100 hectares são responsáveis por quase 70% do que se produz de alimentos básicos, enquanto as de 1000 hectares e mais produzem apenas 12%. Outro paradoxo a ser considerado é que a produção total agrícola brasileira cobre ao redor de apenas 25% do território nacional. Convém, aqui, repetir o que tantas vezes tenho registrado em meus textos, o problema jamais é apenas uma questão de tamanho ou posse da propriedade mas, fundamentalmente, do uso da mesma. É, oportuno, ainda, registrar que o Brasil é um dos países, no mundo, que dispõe de mais terras em potencial para a agricultura, só sendo superado pelos EUA e a ex-URSS. Levando-se em conta apenas o que até aqui foi exposto, verifica-se, mais uma vez, o
quanto é complexa a abordagem da situação agrária, face as características especiais do Brasil.

Por outro lado, o governo tem enfrentado um alarmante e violento fluxo migratório do campo para as áreas urbanas, fruto da rápida modernização da economia rural devido à ênfase dada, por muito tempo, à dita agricultura de exportação de alimentos. Urge, portanto, que se reduza a intensidade do êxodo rural, oferecendo-se à população agrícola mecanismos de apoio e, sobretudo, uma tecnologia apropriada à realidade da propriedad e familiar. É chegado, então, o momento de se pensar, com firmeza, decisão e muita seriedade, na implantação de uma política agrícola e agrária que ofereça condições ao fortalecimento da classe média rural e que se criem condições favoráveis para o homem do campo fixar, de uma forma digna e justa, suas raízes em seu ambiente de trabalho. Enfim, uma política de desenvolvimento rural que proporcione o bem-estar social e o progresso econômico das comunidades rurais, capaz de corrigir essas distorções existentes na estrutura agrária, que provoque a incorporação de novas unidades produtivas ao processo de desenvolvimento rural e que tenha como fim o homem. Eis aí, no tocante aos aspectos fundiários, o grande desafio a ser enfrentado. Espera o País, com expectativa e muita ansiedade, que o governo tenha a coragem cívica de enfrentar, concretamente, esses problemas cruciais, que estão perturbando a paz no campo. A saída para auxiliar na redução desse galopante e assustador êxodo rural é, sem dúvida, a implantação de um plano de apoio aos pequenos e médios produtores, que os leve a diversificar o seu processo produtivo, oferecendo-lhes, para tal, assistência técnica, infra-estrutura básica e redução dos juros reais nos financiamentos do crédito rural. No entanto, convém salientar que as condições de financiamentos mais favoráveis só se tornarão exeqüíveis com uma política de arrumação das contas públicas. Por fim, é bom que se registre que para a elaboração de um documento norteador das políticas e estratégias a serem tracejadas pelo governo para a implantação de uma política agrícola e agrária, o mesmo deve, necessariamente, perpassar pela incorporação de sugestões adivindas de lideranças rurais dos mais diferentes segmentos da comunidade campesina.


Colunistas

ADÃO OLIVEIRA

O ET do mal
Nesta quarta-feira à noite descerá no Salgado Filho um alienígena com a finalidade de, por força de uma decisão prepotente, esdrúxula, intervir no diretório regional do PTB. O cara, muito nervoso, quase babando, passará pelo finger como um touro miúra, atropelando quem ousar lhe atravessar o caminho, especialmente quem estiver vestindo vermelho. Ao chegar ao salão do aeroporto, carregando muitas malas, gritará esbaforido:
"Cadê a Imprensa. Eu quero falar com os jornalistas".

Jornalistas que o esperavam, meio a contragosto, se aproximam...
"Muito prazer, eu sou o Bob Martinez, o cara que vocês tão esperando. E vim aqui atendendo ordem expressas de meus chefes, os doutores Roberto Jefferson e José Carlos Martinez, para ser o interventor do diretório regional do PTB".

"Que quer dizer interventor?", pergunta-lhe um dos incautos jornalistas.

"Ora, você não sabe ? Eu vim tomá conta de tudo aqui, por pouco tempo, é claro".

"Mas quais as razões da intervenção?"

"Tá aqui, óh. E só lê o edital. Os caras desobedeceram à ordem dos meus chefes e, pimba, pau neles".
"Mas que ordens são essas?"

"Ora, de não votá no Brito. De votá no Ferbernati, o candidato do Doutor Brizola".

"Fortunati, o senhor que dizer?"

"Como é? É esse mesmo".

"Mas, cadê o João Biasi?", pergunta o interventor, do alto de sua autoridade.

"O nome dele é Zambiasi. Sérgio Zambiasi", responde-lhe um dos setoristas políticos.

"Mas, ele não está aí. Ele é um cara muito ocupado. Deputado de mais de 200 mil votos, vive muito preocupado com seus eleitores. Além disso é presidente da Assembléia e apresenta um programa de rádio de muita audiência aqui em Porto Alegre".

"Então, chamem o Monfort?"

"Monfort? O Carlos Monfort, o repórter da Globo?", perguntam.

"Não. Chovê". E abre uma vasta pasta 007, completamente fora de moda. "Ah! Taquí. MÀO - FORTE. Não, MON-FRÓI. Cadê o MON-FRÓI?"

"Esse também não veio. Ele é diretor geral da Assembléia. Mas, não foi por isso que ele não veio. Ele não aceita essa intervenção..."

"Mas, tem que aceitá, tem que aceitá. Os chefes mandaram..."

"E muito obrigado, eu vô lá no diretório, tomá posse. Quem quizé i comigo. Cadê o carro? Quem é o meu motorista? Não tem, que esculhambação... vou de táxi mesmo. Ah, o endereço é na Travessia da Carmem, perto do Largo da "É pra tú". E lá se foi o cara, com uma puta autoridade, tentar resolver um problema com o qual não tinha nenhuma identidade. Sem as chaves do diretório não conseguiu impor as ordens advindas de seus chefes. E foi assim que o ET do mal pousou em Porto Alegre, onde tudo continua como antes ...
E "mesmo que se chamasse Raimundo seu nome seria apenas rima para o mundo, mas nunca solução".


CARLOS BASTOS

PT visa eleitor da oposição no 2º turno
Na entrevista que concedeu ontem após seu regresso da viagem à Europa, o ex-prefeito Tarso Genro, candidato do PT ao governo do Estado, deixou claro que objetiva atingir uma parcela do eleitorado oposicionista no segundo turno, especialmente partidários do PMDB e do PDT. Com os pedetistas alega que há identidades ideológicas, e com os peemedebistas aposta na mágoa com a saída do ex-governador Antônio Britto do partido, ingressando no PPS. Esta tarefa exigirá um trabalho muito pesado do candidato petista, pois se há problemas dos eleitores do PMDB e do PDT com o ex-governador, também há grandes restrições naqueles dois partidos ao PT, especialmente ao rumo que tomou a administração Olívio Dutra à frente do governo do Estado. A impressão de analistas é de que o que pode acontecer no segundo turno da eleição no Rio Grande do Sul é uma grande incidência de voto em branco, justamente de parte de eleitores inconformados do PMDB e do PDT.

Diversas
Informado por jornalistas da declaração de Tarso de que buscaria eleitores peemedebistas no segundo turno, o presidente regional do partido, deputado César Schirmer, respondeu: "Ele vai esperar sentado ou deitado este apoio"?

Já o candidato Celso Bernardi, do PPB, a tentativa do ex-prefeito Tarso Genro de tentar criar "factóides" em torno do seu prolongado passeio pela Europa, comprova sua estratégia de tentar se desvincular do fracassado governo Olívio Dutra.

Bernardi diz que "enquanto Tarso viajava, a Goodyear foi embora do Rio Grande, o índice de desemprego aumentou em Porto Alegre e o campo gaúcho mergulhou numa situação de conflitos sem precedentes na história do Estado.

Quem chega hoje ao Estado é o presidenciável tucano José Serra, ele estará na parte da tarde participando da Fenarroz, em Cachoeira do Sul.

Cientistas políticos entendem que o crescimento de 10% para 18% dos índices do presidenciável Ciro Gomes, do PPS, entre a pesquisa de abril e a atual realizada pela Cepa-Ufrgs, deve-se à oficialização da candidatura de Antônio Britto.

Aconteceu uma confraternização política na festa de aniversário do deputado Paulo Odone Ribeiro (PPS), ontem à noite, no Galpão Crioulo do Parque da Harmonia. Lá estiveram Antônio Britto, José Fogaça, Nelson Proença, do PPS, e Germano Bonow, do PFL, e Sérgio Zambiasi e outras lideranças do PTB.

Candidato do PPS, Antônio Britto começa sua campanha no interior do Estado hoje pela manhã em Guaiba, no terreno onde seria implantada a planta da Ford.

O presidente da Assembléia, deputado Sérgio Zambiasi, e principal liderança do PTB no Rio Grande do Sul, terá uma tarefa árdua amanhã em Brasília, quando deve participar da reunião da direção nacional do partido, que vai discutir a intervenção na secção gaúcha.

Primeira tarefa do vice-presidente regional do PT, Paulo Ferreira, encarregado de coordenar a campanha de Lula no Estado, acontece dia 22 e 23 quando o presidenciável petista estará em visita ao Rio Grande do Sul.

Candidato Tarso Genro começa amanhã seus roteiros pelo interior do Est ado, em dois dos menores municípios existentes: André da Rocha e Ibiraiaras.

Última
Os números da pesquisa para o Senado não surpreenderam no tocante à liderança de Sergio Zambiasi (PTB), que fez mais de 34%, mas sim pela excelente posição em que se encontram os candidatos à reeleição José Fogaça (PPS) e Emília Fernandes (PT), com 26% e 24%. Não deixou de causar espécie a quarta colocação do deputado Paulo Paim (PT), recordista em todas eleições para a Câmara dos Deputados.


Editorial

EUROPEUS QUEREM CONTATOS IMEDIATOS COM O MERCOSUL

Madri sediará a 2ª Cúpula da União Européia/América Latina/Caribe, nesta sexta-feira e sábado. Em discussão o aprofundamento dos laços comerciais com o Mercosul, cujo acordo final deve sair até 2004, antes da Alca. Paralisado pela crise da Argentina, o Mercado Comum do Sul apresentará proposta de liberalização dos mercados à UE, por etapas, eis que a Comissão Européia não tem mandato negociador dos 15 países.

Pascal Lamy, comissário de Comércio da União Européia, visitou o Brasil, acelerando contatos imediatos, a fim de que o atraso do Mercosul em relação à Europa não se torne crônico e, com os problemas em Buenos Aires, seja alongado. As últimas reuniões feitas em Bruxelas pela UE analisaram as conseqüências da desvalorização do peso, sendo que as conclusões foram positivas, comercialmente. Todos os 15 membros da União Européia julgam que o Brasil continua com posição firme de valorizar o bloco, da mesma forma que os europeus. No entanto, o Mercosul estará fragilizado em Madri, tantos os problemas na região. Até o acordo definitivo, a Europa não abrirá seus mercados aos produtos agrícolas das nações do Mercosul, sem a certeza da contrapartida latino-americana, nos serviços, telecomunicações e bancos. Antes, o Chile fará o seu tratado particular com a UE, que servirá de balizamento para o resto dos latinos. Igual ao Chile, somente o México fechou acordo com os europeus, assim mesmo após ter aderido ao Tratado de Livre Comércio da América do Norte, Nafta, na sigla em inglês.

Portanto, o Chile servirá de cobaia para que o Mercosul saiba o que o aguarda. Aliás, embora seja uma economia pequena, o país andino tem sido pioneiro na abertura e na assinatura de acordos para a liberalização das suas exportações/importações, o que lhe granjeou bons negócios e uma estabilidade econômico-financeira que tem sido apontada como modelar por Washington, com quem, da mesma forma, os chilenos assinarão tratado antes da implantação da Alca. Neste mês, o Chile e a União Européia terão aparado todas as arestas e talvez firmem os papéis de livre comércio na Reunião de Cúpula da Europa, América Latina e Caribe. A crise argentina deverá solidificar o bloco, na opinião dos especialistas brasileiros do Itamaraty, o que tem sido alardeado pelo presidente Eduardo Duhalde, que enfatizou a prioridade absoluta que seu governo de transição dá ao Mercosul e às relações com o Brasil. Os estrategistas de Brasília dizem que somente em bloco o Mercosul fará negociações, embora o Brasil seja a autêntica jóia da coroa da abertura de fronteiras. Como em todas as crises, também a atual, que assola Buenos Aires, será a oportunidade na criação de novos mecanismos. A desvalorização cambial colocou o peso muito próximo do valor do real, o que facilita, em algum momento dos próximos anos, a adoção de uma moeda comum, quem sabe o "gaúcho", lançado por Raúl Alfonsín e José Sarney, que jamais saiu das boas intenções. O fim do câmbio fixo na Argentina pode consolidar uma Tarifa Externa Comum, sem exceções, como a Argentina vinha adotando com o irritadiço ministro Domingo Cavallo. Depois dos europeus, vem a Alca/Nafta, onde os 15 principais produtos agrícolas brasileiros de exportação são taxados na média de 45,6% ou, se industrializados, casos do óleo de soja e do chocolate, sobretaxados. Desgosta o Brasil saber que os norte-americanos gastarão US$ 190 bilhões nos próximos 10 anos, para garantir preços mínimos na soja, no milho e no trigo aos seus agricultores, com a Farm Bill, ou seja, 50% da renda deles via dinheiro público. Em 2001, mesmo com déficit de US$ 437 bilhões no comércio exterior, os EUA tiveram incrível superávit de US$ 1,4 bilhão com o Brasil.


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05/14/2002


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