Tasso acelera candidatura
Tasso acelera candidatura
O governador do Ceará, Tasso Jereissati, decidiu acelerar esta semana a discussão dentro do PSDB sobre o lançamento de um nome para a sucessão do presidente Fernando Henrique Cardoso. A aliados, Tasso disse que está disposto a assumir sua candidatura e que este é o momento de o PSDB decidir quem vai concorrer à Presidência nas eleições de 2002.
Ontem ele se encontrou com o ministro da Saúde, José Serra, outro pré-candidato do partido, durante a festa do Círio de Nazaré, que reuniu dois milhões de pessoas em Belém. O governador Almir Gabriel (PSDB) recebeu Serra e Tasso, que não se negaram a falar sobre sucessão.
— O que precisamos é colocar a campanha na rua. A grande preocupação do PSDB é construir uma boa candidatura, perfeita, com uma boa mensagem e que interprete aquilo que a população brasileira necessita — declarou Tasso.
Serra, porém, manteve a posição de que é cedo para falar em eleição presidencial. Negou que esteja sendo pressionado no partido a assumir publicamente sua candidatura.
— A imprensa e as pesquisas colocam nomes para ver o que acontece, mas o PSDB não tem candidato até agora. Ainda temos muito tempo até as eleições. Estou mais preocupado com o trabalho no Ministério da Saúde. Não estou sentindo nenhuma pressão para que se decida isto — disse Serra.
Mais uma vez, o ministro disse apenas que vai disputar a eleição de 2002 porque é senador por São Paulo. Segundo integrantes do governo, uma alternativa de Serra, caso não venha a ser candidato a presidente, é concorrer ao Senado. Ontem, sobre se seria candidato a presidente, Serra manteve-se evasivo:
— A nenhum político desagrada concorrer a um cargo mais alto.
O PSDB está dividido entre as pré-candidaturas de Serra e de Tasso. Esta foi a segunda vez, em menos de uma semana, que os dois se encontraram. Eles haviam estado juntos na última quinta-feira, no Ceará, numa cerimônia da área da Saúde.
— Tasso está animado e pretende fazer esta semana os testes finais para ver o real espaço de sua candidatura — disse um senador do PSDB ligado ao cearense.
Tasso se reúne com Jarbas e Roseana
Na tentativa de acelerar a discussão, Tasso se reúne depois de amanhã, em Brasília, com líderes do partido, entre eles o presidente da Câmara, Aécio Neves (MG). Além disso, vai trabalhar para que PSDB, PFL e PMDB lancem um só candidato à sucessão de Fernando Henrique.
Para isso, o governador do Ceará também se reunirá com a sua colega do Maranhão, Roseana Sarney, muito bem colocada nas pesquisas para presidente, e com o governador de Pernambuco, Jarbas Vasconcelos, dois pré-candidatos — dentro do PFL e do PMDB, respectivamente — à eleição presidencial. A reunião dos três governadores deve ocorrer amanhã, em São Luís.
Tasso e Roseana conversaram ontem por telefone. Apesar do crescimento da candidatura de Roseana e das especulações no PMDB sobre uma candidatura do governador de Minas, Itamar Franco, Tasso crê que será possível fechar um acordo para a escolha de um único candidato dentro da base aliada.
A idéia de Tasso é sensibilizar as direções dos partidos em torno de um nome. Uma proposta é realizar uma prévia interpartidária, sugestão já feita pelo presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), mas que não foi bem recebida. A candidatura de Tasso tem o apoio da família do governador Mário Covas, falecido. A filha de Covas, Renata, organizará um ato de apoio a Tasso em São Paulo, no próximo dia 22, a respeito do qual já informou ao presidente do PSDB, José Aníbal.
Ex-assessores de Medeiros depõem na Câmara
SÃO PAULO. O corregedor da Câmara dos Deputados, Barbosa Neto (PMDB-GO), deverá convocar hoje os ex-assessores da Força Sindical Wagner Cinchetto e Marcos Cará, envolvidos nas denúncias de desvio para o exterior de recursos da central sindical, a depor sobre o caso. O deputado Luiz Antônio de Medeiros (PL-SP), principal alvo das acusações, foi ouvido na semana passada pelo corregedor, que decidiu pedir à Mesa da Câmara que solicite ao Supremo Tribunal Federal (STF) a quebra do sigilo bancário dos ex-assessores.
Medeiros descartou a possibilidade de renunciar em conseqüência das denúncias .
— A Força Sindical me proibiu de falar sobre o assunto. Mas acho que o Medeiros não deve renunciar, não. Conheço ele e conheço o denunciante. Por isso, seu eu fosse ele não renunciaria — disse ontem o presidente da central, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho.
A mulher de Medeiros, Lenita Marques de Souza — que, segundo a revista "Veja", teria discutido com o marido a possibilidade da renúncia — não quis falar sobre o assunto no começo da noite de ontem. Medeiros disse que a idéia nunca tinha passado por sua cabeça.
Ex-assessor de Medeiros promete novas provas
Wagner Cinchetto, autor das denúncias de desvios para contas bancárias de Nova York de recursos do Instituto Brasileiro de Estudos Sindicais (Ibes), entidade a partir da qual foi criada a Força Sindical, prometeu apresentar esta semana novas provas contra Medeiros. Ele garante ter cinco testemunhas, que só vai apresentar no dia em que forem depor para comprovar que o ex-presidente da Força Sindical movimentava e fazia uso do dinheiro do Ibes.
De acordo com Cinchetto, o Ibes recebeu recursos de empresas privadas, que foram chamadas a contribuir pelo ex-presidente Fernando Collor de Mello, com o apoio do ex-senador Luiz Estevão. Medeiros teria desviado US$ 2 milhões para contas bancárias nos Estados Unidos. No seu depoimento à Corregedoria na quinta-feira passada, Medeiros negou que tenha aberto ou movimentado contas no exterior e atribui as denúncias a uma manobra do governo federal para desestabilizá-lo e impedir uma possível aliança entre seu partido, o PL, com o PT. No entanto, o deputado não conseguiu convencer.
— Não há mais como retroceder. A opinião pública não vai deixar o caso morrer — disse o corregedor na ocasião.
Além de atingir a aliança com o PT de Lula, ele acredita que as denúncias ainda têm como objetivo desestabilizar o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, que estaria sendo cogitado para ser o candidato a vice na chapa do ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PPS).
Medeiros também acusou Andrea Matarazzo, ex-secretário de Comunicação da Presidência, de estar envolvido nas denúncias. Matarazzo, que deverá ser embaixador do Brasil na Itália, classificou de delírio a acusação.
Parlamentares vão pressionar Aécio a marcar reunião para discutir 13
BRASÍLIA. Parlamentares de vários partidos vão pressionar o presidente da Câmara, Aécio Neves (PSDB-MG), a convocar uma reunião de líderes. A intenção é discutir o projeto aprovado na semana passada que estende o pagamento do décimo-terceiro salário a ex-parlamentares e aumenta o benefício pago a aposentados e pensionistas de parlamentares mortos até 1997.
O líder do PFL na Câmara, Inocêncio Oliveira (PE), é um dos que defendem a reunião de líderes. Já o presidente do Senado, Ramez Tebet (PMDB-MS), disse que é contra o projeto, que considera ruim para a imagem do Congresso.
Parlamentares da oposição também são contra a medida. Mas nem todos acreditam que será fácil evitar a aplicação do projeto, porque ele já foi aprovado pela Câmara e pelo Senado. Diante da repercussão negativa da proposta, uma das alternativas seria aprovar outro projeto revogando o anterior.
O líder do governo na Câmara, Arnaldo Madeira (PSDB-SP), disse que o governo ainda não tem uma posição a respeito:
— Tenho uma posição pessoal e não como líder do governo. Pessoalmente, sou contra essa proposta.
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