Tasso comunica ao PSDB que sairá da disputa contra Serra








Tasso comunica ao PSDB que sairá da disputa contra Serra
Cearense se vê inviabilizado pela articulação de FHC a favor do ministro

Em desvantagem na disputa pela candidatura tucana ao Palácio do Planalto em 2002, o governador Tasso Jereissati (CE) desistirá da postulação por julgar que não tem força para resistir às articulações do presidente Fernando Henrique Cardoso a favor do ministro José Serra (Saúde). A direção do PSDB já foi comunicada.
Recentemente, Tasso sofreu mais dois reveses provocados pelo presidente da República.

O presidente da Câmara, deputado Aécio Neves (PSDB-MG), foi convencido por FHC a deixar a sua posição de neutralidade e assumir tendência pró-Serra.

Aconselhado por FHC, o ministro Arthur Virgílio (Secretaria Geral) também freou as articulações a favor do governador. Como coordenador político, Virgílio ouviu do presidente que não fica bem ele se alinhar com Tasso.

Diante das ações de FHC, Tasso pretende dizer no jantar de amanhã com a cúpula tucana que desiste do páreo para abrir caminho para Serra. Segundo a Presidência, deverão participar do encontro com FHC no Palácio da Alvorada os seis governadores do PSDB, o presidente do partido, o deputado federal José Aníbal (SP), e os dois ministros que são articuladores políticos, Virgílio e Pimenta da Veiga (Comunicações). As presenças de Serra e de Aécio não estavam confirmadas.

Contrariado com o presidente, Tasso estudava desistir da candidatura por sugestão de amigos, o que foi antecipado pela Folha na sexta-feira passada. Essa jogada deverá assustar FHC e Serra, que temem que ele abra uma dissidência ou faça corpo mole na eleição por ter sido preterido.

Teste
A idéia de Tasso é deixar Serra ser testado. Se o ministro decolar, deve apoiar seu nome burocraticamente. Se Serra continuar empacado nas pesquisas, bem atrás da governadora Roseana Sarney (PFL-MA), que aparece com marcas que vão de 16% a 19%, segundo o Datafolha, Tasso tentará assumir o lugar do ministro mais à frente ou defenderá uma aliança com a pefelista na cabeça de chapa. Para Tasso, poderá faltar coragem a Serra para enfrentar Roseana em uma situação de clara desvantagem.

A mudança de Aécio Neves no jogo tucano foi importante porque ele é uma espécie de fiel da balança na disputa entre Serra e Tasso. No mapa dos convencionais do PSDB, o presidente da Câmara controla 60% dos cerca de 100 votos do partido em Minas, a segunda maior seção da legenda, e tem influência sobre deputados federais de outros Estados.

Até a definição de Aécio, Tasso tinha leve vantagem entre convencionais em relação a Serra. Se o ministro possuía mais força na bancada federal, o apoio da família Covas em São Paulo e de um terço do PSDB mineiro deixavam Tasso uma cabeça à frente de Serra. Os dois, porém, precisavam de Aécio para levar a indicação.

Inevitável
A Folha apurou que Aécio considera inevitável o lançamento de Serra por três razões básicas:
1) FHC tem trabalhado muito, junto a políticos e empresários, para abrir caminho para Serra.
2) Tasso chegou atrasado na disputa contra Serra, que faz convênios de seu ministério com deputados e prefeitos do PSDB.
Os próprios tassistas reconhecem que foi um erro o governador não ter assumido a pré-candidatura quando foi lançado por Mário Covas no começo do ano. Agora, ele estava entrando em campo com a partida nos 45 minutos do segundo tempo.
3) Apesar de não ser um fenômeno, Serra tem em média o dobro do desempenho de Tasso nas pesquisas de opinião sobre a sucessão presidencial. Na última pesquisa Datafolha, em novembro, o ministro obteve entre 8% e 10%, contra 4% de Tasso.

Na avaliação de FHC, Tasso terá mais dificuldade do que Serra para subir nas pesquisas porque não tem a exposição de mídia do ministro e porque Roseana já teria ocupado o espaço para uma candidatura do Nordeste em sua própria região. Isso tiraria de Tasso base regional para crescer.

Outro indicador de que Serra se fortalece no PSDB dia a dia foi a atitude de FHC em relação a Arthur Virgílio, que tomou posse na Secretaria Geral em 14 de novembro, uma sexta-feira.

Na segunda-feira posterior, reuniu-se à noite num hotel de Brasília com Tasso. Era um encontro da cúpula dos aliados do cearense, da qual Virgílio fazia parte. No dia seguinte, FHC disse ao ministro que esse tipo de encontro não seria bem interpretado. Como secretário-geral, Virgílio teria de se manter equidistante das disputas internas do PSDB.

A Folha procurou Virgílio à época, mas ele negou que tivesse sido enquadrado. Entretanto, ele faltou a uma reunião dos tassistas em Brasília, na quarta-feira passada, na qual era esperado.
Na semana passada, FHC tirou Paulo Renato (Educação) da corrida presidencial para favorecer Serra. E nomeou um auxiliar do ministro da Saúde para cuidar da propaganda do governo em 2002.


PFL deve entregar cargos a FHC em março
Partido ainda espera definição dos tucanos por Serra, mas se compromete a manter governabilidade

Formalizada a candidatura presidencial do ministro José Serra (Saúde) pelo PSDB, o PFL vai entregar os cargos que tem no governo. A saída está prevista para março de 2002, logo após a pré-convenção na qual os tucanos devem optar pelo nome de Serra, segundo acreditam os pefelistas.

Para o PFL, a manutenção dos ministros e integrantes do primeiro escalão do governo configuraria uma situação ambígua e incômoda, vez que o presidente Fernando Henrique Cardoso apoiará um candidato de seu partido, o PSDB, e os pefelistas estarão na disputa com um nome próprio, o da governadora Roseana Sarney, do Maranhão.

Por enquanto, está fora de cogitação o apoio pefelista a Serra.

O PSDB deve realizar sua pré-convenção no final de fevereiro. Em seguida, os ministros do PFL entregam seus cargos, inclusive José Jorge (Minas e Energia), que não terá de disputar a eleição de 2002 -eleito em 98 para o Senado, seu mandato vai até 2007. Na avaliação pefelista, José Jorge não teria como permanecer no governo e apoiar Roseana.

Candidatos à Câmara, os demais ministros do PFL deixariam de qualquer forma seus cargos em abril, seis meses antes da eleição, como determina a legislação eleitoral. São eles Roberto Brant (Previdência), Carlos Melles (Esporte e Turismo) e Sarney Filho (Meio Ambiente). Além dos ministros, também devem entregar os cargos integrantes de postos estratégicos como os presidentes da Caixa Econômica Federal, Emílio Carazzai, do INSS, Fernando Fontana, e da Eletrobrás, Cláudio Ávila, todos indicados pelo PFL.
A decisão do PFL de entregar os cargos em março, após a formalização do nome de Serra pelo PSDB, não deve levar a sigla para a oposição nem quer dizer que não sobrará um pefelista no governo. A legenda continuará votando com o Planalto, nos termos em que até agora tem votado. Só não indicará nomes de substitutos dos que entregarem os cargos. Mas não recusará se FHC escolher nomes ligados ao partido.

Reforço de TV
O PFL ainda espera sentar à mesa para negociar uma recomposição da aliança governista. No final de maio, quando cada partido poderá avaliar com maior clareza as chances de cada um.
O prazo final para a oficialização de candidatos é junho. No cronograma pefelista, janeiro é mês para reforçar e talvez consolidar as posições de Roseana por meio do programa de TV do partido; março, o da definição das candidaturas do campo governista (o PMDB pode adiar sua escolha). A partir daí, cada sigla trabalharia seu nome. Em maio os governistas voltariam a conversar.

Recusadas as primárias e a prévia entre os candidatos da aliança, o PFL entra nessa conversa defendendo a posição nas pesquisas como critério para a definição de um candidato únic o do governo. Mas, se Roseana mantiver o desempenho atual e Serra aproximar-se dela nas pesquisas, os pefelistas não têm dúvidas: cada sigla terá seu próprio candidato. União, só no segundo turno.

Em conversa com José Sarney (PMDB-AP), o presidente do PFL, Jorge Bornhausen (SC), assumiu o compromisso de tratar Roseana como se ela fosse sua própria filha. Ou seja, ela não seria candidata apenas para cumprir uma tarefa partidária, como a de alavancar candidaturas pefelistas aos governos estaduais e ao Congresso em todo o país.


PFL e PSB usam brecha na lei para fazer campanha na TV
Partidos usaram horário gratuito para apresentar pré-candidatos

Os mais recentes programas partidários levados à TV pelo PFL e pelo PSB podem ter violado duas leis: a Lei dos Partidos Políticos, que proíbe "a divulgação de propaganda de candidatos a cargos eletivos" nesse tipo de programa, e a Lei Eleitoral, que permite a propaganda eleitoral somente a partir de 6 de julho de 2002.

Esses programas foram baseados na apresentação de propagandas, respectivamente, dos governadores e pré-candidatos à Presidência Roseana Sarney (MA) e Anthony Garotinho (RJ).

Em entrevista à Folha, o presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ministro Nelson Jobim, disse que os partidos devem ter cautela no próximo semestre para evitar problemas futuros.

O programa partidário é veiculado em cadeia obrigatória de rádio e televisão uma vez por semestre. Garotinho e Roseana também apareceram em inserções (propagandas curtas ao longo da programação). Nos dois tipos de propaganda, o objetivo é divulgar as propostas da legenda.

Outro partido e o Ministério Público Eleitoral podem pedir ao TSE que puna a legenda que usar esse horário de forma irregular. A punição prevista é a perda do direito de usar esse espaço no rádio e na televisão no semestre seguinte. Não há consequências eleitorais para o candidato.

O ex-deputado Sigmaringa Seixas (PT-DF) defende uma representação do partido contra o PFL, mas a cúpula petista quer evitar transformar Roseana em vítima. Além disso, os petistas poderiam ser alvo da mesma tática por parte dos adversários.

Apesar de ter tornado Garotinho a estrela de seu programa, o PSB cogita reagir à superexposição de Roseana. Até agora, o TSE não recebeu denúncias. O tribunal só condena quando considera que a propaganda eleitoral ficou explícita. No primeiro semestre de 1998, o PPB foi condenado por ter cedido o seu programa para que Paulo Maluf fizesse campanha ao governo de São Paulo.

Em 1º de novembro último, o programa do PFL foi ocupado por imagens de Roseana e por declarações dela e de pessoas que a elogiaram. Houve várias referências à eventual candidatura em 2002. A própria governadora comentou a possibilidade de concorrer ao Planalto. Disse não saber ainda se será candidata à Presidência e afirmou que não aceitará "que alguém venha dizer que não posso ser presidente por ser mulher".

Em 13 de dezembro, Garotinho apareceu durante a maior parte do horário do PSB. Falou sobre salário mínimo, funcionalismo público, emprego e segurança e criticou o presidente Fernando Henrique Cardoso, dizendo que ele "favorece os banqueiros, asfixia a produção, aumenta dramaticamente o desemprego".


PPB e Maluf são investigados por crime eleitoral
O ex-prefeito Paulo Maluf e seu partido (PPB) são investigados pela Procuradoria Geral Eleitoral e pela 5ª Zona Eleitoral de São Paulo.

Segundo o Ministério Público Estadual, autor do pedido, o partido cometeu crime eleitoral em 19 de novembro ao usar o horário reservado ao PPB para fazer a defesa pessoal de Maluf.

Segundo a Lei Orgânica dos Partidos, o horário deve ser usado para "difundir os programas partidários, transmitir mensagens aos filiados sobre a execução do programa (...) ou divulgar a posição partidária".
A mesma lei afirma estar "vedada (...) a divulgação de propaganda de candidatos a cargos eletivos e a defesa de interesses pessoais ou de outros partidos".


FHC elogia Roseana e diz que PT deve se preocupar com ela
Presidente diz que "governo verá o que fazer depois" sobre pré-candidata

O presidente Fernando Henrique Cardoso disse que a pré-candidatura da governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PFL), à sua sucessão deve preocupar a oposição, e não o governo.
"Quem tem de estar assustada é a oposição, é o Lula [pré-candidato petista Luiz Inácio Lula da Silva". O governo vai ver o que fazer depois. O PSDB ainda não tem candidato. Mais adiante a gente vai ver", afirmou FHC.

Anteontem, Lula havia dito no 12º Encontro Nacional do PT que "por enquanto, isso [a pré-candidatura de Roseana" é problema do José Serra [ministro da Saúde e presidenciável tucano"".
FHC fez as declarações em entrevista à TV Câmara que foi ao ar ontem. Roseana é a candidata da base mais bem avaliada nas pesquisas de intenção de voto.

Ela aparece em segundo lugar, atrás de Lula e na frente de todos os pré-candidatos tucanos à Presidência incluídos nas pesquisas -Serra, o governador Tasso Jereissati (CE) e o presidente da Câmara, Aécio Neves (MG).

Na entrevista, o presidente considerou "saudável" a pré-candidatura de Roseana. Para FHC, a condição de mulher da pré-candidata é positiva, e há um sentimento de "busca pelo novo".

Aliada
O presidente ressaltou que Roseana é da base de apoio do governo. "O irmão dela é ministro [do Meio Ambiente, Sarney Filho", ela é minha amiga. Está ganhando apoios pelas virtudes dela", disse.
FHC afirmou que para ganhar a eleição não bastam apoios. "Eleição no Brasil não depende de apoio. Tem muito do desempenho da pessoa. Da eletricidade no ar. Tem de ter emoção. Eleição majoritária não se define de forma muito racional. Se der uma ventania, pode ganhar um ou outro. Quero que ganhe gente ligada a mim", afirmou o presidente.

Sobre o legado de seu governo, FHC disse que colocou o país em ordem. De acordo com o presidente, quando ele assumiu o Ministério da Fazenda (governo Itamar Franco) o país estava em "grande desordem". A inflação era "galopante" e não havia crédito. "Esse é o legado, botamos [o país] em ordem."


Sem-terra de MS invadem prefeitura
Cerca de 250 sem-terra ligados à Fetagri (Federação dos Trabalhadores na Agricultura) invadiram ontem de manhã a Prefeitura de Iguatemi (MS), a 400 km de Campo Grande. Não houve confronto.

Eles protestam contra a demora na desapropriação de fazenda com cerca de 3.000 hectares. O prefeito de Iguatemi, Gelson Moreira (PT), se disse "decepcionado" com os sem-terra, pois teria dado encaminhamento ao processo de compra da área.

Até ontem à noite, eles continuavam no prédio esperando um representante do Idaterra, órgão estadual responsável pela questão agrária.

Segundo o presidente da Fetagri em MS, Geraldo Teixeira de Almeida, há promessa de compra dessa área pelo governo estadual desde 2000, mas ainda nada foi feito.

Joatan Loureiro da Silva, mediador de conflitos do Idaterra, disse desconhecer essa promessa e não sabia da invasão da prefeitura.


Artigos

Exaustão
CLÓVIS ROSSI

SÃO PAULO - O PSDB de Portugal (lá chamado de Partido Socialista) levou uma tremenda surra nas eleições municipais de domingo. Perdeu Lisboa e Porto, as duas principais cidades do país, entre um punhado de outras. O suficiente para que o jornal "Público" classificasse o fenômeno de "hecatombe socialista".
O resultado representou a quebra da aura de invencibilidade do primeiro-ministro António Guterres, que não perdia uma eleição a rigor desde 1991.

Embora a eleição tenha sido local e, portanto, não interfira com a maioria que o PS tem na Assembléia da República, Guterres achou polit icamente correto apresentar sua renúncia ao presidente Jorge Sampaio, o que pode antecipar a eleição nacional.

O que tem isso, eventualmente, a ver com as eleições brasileiras? No mínimo, no mínimo, é mais um motivo de satisfação para Jorge Konder Bornhausen, presidente nacional do PFL, principal idealizador da candidatura Roseana Sarney.

Primeiro, porque o ganhador em Portugal foi o PSD (embora a sigla corresponda a Partido Social Democrata, trata-se do PFL português). Segundo, porque parte da explicação para a derrota socialista vem, acha Bornhausen, da "exaustão" do poder (Guterres é primeiro-ministro já faz seis anos).

O senador pefelista aponta idêntica "exaustão" no núcleo do poder no Brasil, o que significa dizer que candidatos presidenciais extraídos do coração do "fernandismo" teriam limitadas chances em 2002. Desnecessário dizer que José Serra, o ministro da Saúde, pertence obviamente ao núcleo do governo FHC.
É claro que não está escrito em lugar algum que o Brasil-2002 vá reproduzir Portugal-2001 (ou qualquer outro país). Mas tudo tem dado tão certo para a candidatura Roseana que até Portugal parece fazer parte de uma conspiração a favor.


Colunistas

PAINEL

Goela abaixo
FHC só vetará o reajuste da tabela do Imposto de Renda se conseguir um acordo com os partidos aliados, o que é improvável. Hoje, o seu "não" seria derrubado pelo Congresso. O presidente prefere evitar o desgaste de uma nova derrota.

Tecla quebrada
A proposta de FHC aos partidos aliados será a troca do reajuste da tabela do Imposto de Renda pelo aumento do desconto-padrão de 20% para 25%. Mas essa mesma alternativa já foi recusada anteriormente pelos líderes governistas.

Fantasma de ocasião
Lula quer aproveitar o crescimento de Roseana Sarney nas pesquisas para formar uma ampla aliança de esquerda. Preocupado com a aproximação da maranhense, o petista vai argumentar que, se a oposição não se unir, poderá ser derrotada mais uma vez pela base governista.

Visão do paraíso
A prioridade de Lula é conseguir a adesão de Itamar e de Garotinho à sua candidatura. O petista acha que mais cedo ou mais tarde eles sairão da disputa por inanição. Também quer manter diálogo com Brizola e com Ciro para evitar atritos e ter o apoio de ambos no segundo turno.

Perdas regionais
José Serra sofreu duas derrotas internas no fim de semana. Seus aliados no Rio de Janeiro (Artur da Távola) e no Rio Grande do Sul (Yeda Crusius) perderam os diretórios estaduais do PSDB para aliados de Tasso Jereissati.

Suspense tucano
A presença de Serra no jantar de amanhã do PSDB, organizado para discutir a sucessão, não havia sido confirmada pelo Planalto até ontem à noite. Na lista oficial estão FHC, os governadores e os ministros Arthur Virgílio e Pimenta da Veiga.

Dois cenários
Roseana tem duas datas para deixar o governo do MA. Se for candidata a presidente, sairá no início de março para viajar pelo Brasil. Mas, se disputar o Senado, ficará no cargo até o último dia permitido, 4 de abril.

Eterna afirmação
Garotinho (RJ) reúne-se hoje em Brasília com a cúpula do PSB para reafirmar que continua candidato à Presidência.

Zelo pela imagem
Marta (PT) deverá gastar até o final do ano cerca de R$ 23 mi com a conta de publicidade da Prefeitura de SP. Sem considerar os R$ 5,6 mi referentes a despesas atrasadas da gestão Pitta. Os recursos já foram empenhados. O Orçamento de 2001 previa R$ 16 mi para o setor.

Máquina azeitada
As despesas da prefeitura com construção de escolas e creches, porém, não caminham no mesmo ritmo da publicidade. Marta empenhou apenas R$ 13,5 mi dos R$ 76,4 mi previstos no Orçamento. "A prioridade não é a educação. É o marketing", diz Aurélio Nomura (PSDB).

No jogo
O ex-governador Orestes Quércia avisou ao PMDB no final de semana que disputará a sucessão do tucano Geraldo Alckmin no ano que vem.

Promessa de campanha
Erundina também poderá entrar na disputa pelo governo de SP. Uma comissão do PSB paulista irá procurá-la para dizer que, ao contrário do que ocorreu em 2000, o partido não a deixará falando sozinha na eleição.

Visitas à Folha
O senador Jorge Bornhausen, presidente da Comissão Executiva Nacional do PFL, visitou ontem a Folha, onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado de Mauro Salles, presidente da comissão do PFL 2002.

Abram Szajman, presidente da Federação do Comércio de São Paulo, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de seu assessor, Carlos Tavares.

TIROTEIO
Do ex-secretário nacional antidrogas Walter Maierovitch, sobre um general (Paulo Uchôa) ter assumido a função:
- Está selada a paz no governo. A Polícia Federal continua soberana no combate às drogas e o Exército é prestigiado com a prevenção e o tratamento. Tudo conforme o script do governo dos Estados Unidos.

CONTRAPONTO

Dieta forçada
As bancadas dos partidos de oposição na Câmara reuniram-se dias atrás para discutir a proposta do governo que dá 3,5% de aumento aos funcionários públicos federais.

Os deputados, após muita discussão, foram contrários ao projeto. Argumentaram que o governo precisaria ao menos corrigir as perdas que os salários tiveram com a inflação -que deve chegar a 7% neste ano.
Após a reunião, deputados foram cercados por funcionários públicos em busca de informação do que havia sido decidido.

Um deles aproximou-se de Regis Cavalcanti (PPS) e reclamou da postura dos deputados:
- Não acho que o aumento tenha de ser só de 3,5%. Mas é melhor isso do que nada.
Regis ironizou:
- Isso é a flexibilização da CLT na prática. Vocês vão acabar pegando o osso que eles deram na falta da carne!


Editorial

OMC DESPROTEGIDA

"O "fast track" aprovado pela Casa dos Representantes parece um documento protecionista, não um instrumento para liberalizar o comércio." Nessas palavras editorial do jornal "Financial Times" qualificou a Autorização para Promoção Comercial (TPA, em inglês) concedida pelos deputados americanos ao presidente George W. Bush, agora em exame no Senado dos EUA.

Pela via liberal -tradicional ao prestigioso jornal britânico-, foram postas a nu as condicionantes que, na prática, negam peremptoriamente o discurso livre-mercadista dos EUA. As promessas de que uma nova rodada de queda global de barreiras beneficiaria particularmente as nações em desenvolvimento foram postas em xeque, segundo o "FT", pois as medidas protecionistas aprovadas na Câmara americana atingem fortemente países pobres.
A manifestação do periódico britânico é importante não por seu diagnóstico -que repete o que a maioria dos comentaristas tem dito sobre a TPA. Ela dá a medida do consenso sobre o empecilho que o mandato do presidente Bush -a prevalecer a versão da Câmara dos EUA- significará para as esperanças de fomentar o comércio mundial via acordos.

Registre-se o caso da agricultura. Está aí um caminho prático pelo qual países mais pobres teriam acesso aos grandes mercados mundiais se o protecionismo fosse, pelo menos, diminuído. O governo americano se dispôs a negociar o fim dos subsídios agrícolas na OMC no mesmo momento em que, em seu Congresso, tramitava pacote de subsídios e apoios diretos a produtores rurais de US$ 170 bilhões. Inseriu-se na "Farm Bill" cláusula genérica prometendo que os subsídios se adaptariam a futuras regras da OMC. Mas a desfaçatez não durou algumas semanas. Com a TPA aprovada na Câmara, todo o filão importante da agricultura fica, na prática, fora do "fast track".

O que parece claro é que nas mãos dos senadores dos EUA não está apenas o futuro da Alca ou de outros acordos regionais. A própria bandeira da liberalização comercial em escala global, materializada na OMC, é que está seriamente ameaçada.


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12/18/2001


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