Tasso diz que governo valoriza cultura da mentira e da corrupção e não do trabalho



"O governo Luiz Inácio Lula da Silva criou e está tentando implantar três culturas perversas na tradição cultural brasileira: o não trabalho, a corrupção e a mentira". A observação foi feita pelo senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), nesta terça-feira (29), da tribuna do Plenário, ao registrar visitas que fez, durante toda a semana passada, a municípios do interior do Ceará.

Na avaliação de Tasso, a duplicação do número de beneficiários do Bolsa Família, que teria ocorrido entre junho e agosto deste ano, representa a volta do coronelismo e do voto de cabresto na política brasileira. Segundo ele, no formato atual, o programa do governo federal está promovendo a estagnação do país, sobretudo da região Nordeste, ao retirar da população noções sobre a necessidade e o valor do trabalho e a importância de produzir para melhorar de vida.

Distribuindo dinheiro por meio do Bolsa Família, da linha de microcrédito conhecida como Pronaf B e dos empréstimos consignados, analisou o senador pelo Ceará, o presidente Lula teria se transformado no "coronel do século 21". O senador alertou que, nos próximo dois anos, pessoas que contraíram empréstimo consignado enfrentarão problemas para pagá-lo, situação que implicará na redução do consumo e em prejuízo para comerciantes, principalmente de municípios do interior de estados nordestinos.

Tasso disse que ouviu argumentos de que o presidente Lula tem razão quando assume "que o governo dele roubou, que seus amigos roubaram, que o PT está roubando no governo", mas que os outros partidos fazem o mesmo. O senador declarou que o presidente procura difundir, sobretudo entre a população menos esclarecida, que o roubo é generalizado no país.

- O presidente da República mente, vai à TV, se desmente, mente no dia seguinte e se desmente outra vez. E quer que isso seja normal. E faz tudo com a mesma cara de antigamente - afirmou Tasso.

Em aparte, o senador César Borges (PFL-BA) registrou que o jornal O Estado de S. Paulo publicou denúncia esta semana associando o ano eleitoral ao crescimento do assistencialismo patrocinado pelo governo federal. Já Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) classificou o presidente de cínico por tentar colocar a pecha de corrupto em todos os partidos. Por sua vez, o senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA) elegeu o mau exemplo do governo federal como o maior crime que o presidente Lula teria praticado.



29/08/2006

Agência Senado


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