Távola condena marketing em campanhas eleitorais



A substituição da pregação política de idéias, projetos de governo e visões ideológicas por técnicas de marketing e propaganda nas campanhas eleitorais foi condenada nesta segunda-feira (10) pelo senador Artur da Távola (PSDB-RJ); Ele comentou a entrevista concedida pelo publicitário responsável pela campanha do PT, Duda Mendonça, à revista Isto É. Segundo o senador, o "marqueteiro" ensina que, numa companha eleitoral, a forma é mais importante que o conteúdo.

- O objetivo final é o convencimento do eleitor, ajustando a fala do candidato ao que está no limbo do entendimento, no campo da necessidade e da esperança de quem vai votar. O convencimento é diferente da persuasão, que é o autoconvencimento e a aquisição interior de argumentos - afirmou o senador.

Távola defendeu a reforma política e criticou afirmações de Duda reforçando a idéia de que a militância e o partido não têm mais importância e o que realmente importa é apenas o horário gratuito de tevê. Para ele, esse é um fenômeno típico do presidencialismo, pois no parlamentarismo isso não seria possível.

- Quem é político sabe que ninguém engana ninguém dentro do Congresso - afirmou. Segundo Távola, no presidencialismo se vende a idéia do "salvador da pátria" e que os problemas só podem ser resolvidos por uma pessoa.

Em aparte, o senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT) disse que a situação atual reflete a omissão do Congresso Nacional em relação à aprovação do projeto de reforma política. Já o senador Pedro Simon (PMDB-RS) disse que o alvoroço em torno de "marqueteiros" como Duda Mendonça e Nizan Guanaes ocorre por eles estarem "na moda". Simon defendeu o financiamento exclusivamente público de campanha e lembrou que o projeto aprovado no Senado não deixa dúvida em relação a esse ponto.

O senador Lúcio Alcântara (PSDB-CE) sugeriu que os tribunais eleitorais contratem auditorias para auferir o volume de gastos na campanha de cada candidato e compare o que foi declarado como gasto e o que foi utilizado realmente. O senador Maguito Vilela (PMDB-GO) também declarou-se favorável ao financiamento público de campanhas eleitorais. Segundo ele, é difícil enganar o eleitor com pesquisas de opinião.

10/12/2001

Agência Senado


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