Simon condena ênfase do marketing na política e anuncia plataforma



O senador Pedro Simon (PMDB-RS) condenou nesta sexta-feira (23), do Plenário, a ênfase que se dá no Brasil ao marketing político, aos marqueteiros e às pesquisas de opinião que, pela mídia, segundo sua avaliação, manipulam os eleitores, principalmente os mais humildes. Essa ênfase não acontece em nenhum país, nem nos Estados Unidos, nem na Alemanha, nem na França, na Argentina ou no Uruguai - exemplificou. Simon cobrou mais respeito à sua pré-candidatura por parte da grande imprensa e das instituições de pesquisa de opinião. E disse que, se for escolhido como o candidato do PMDB à presidência da República, estará representando "o sonho de mudar o Brasil".

Para Simon, o PMDB é um partido que luta pela dignidade do povo, pela redistribuição de renda, pela estabilidade econômica, pela elevação do emprego, pela retomada do desenvolvimento, pelo resgate social, pela agricultura, o transporte e a energia. Simon disse que, ao contrário do que ocorre com o governo Fernando Henrique Cardoso, se ele chegar à presidência da República, nenhuma denúncia de irregularidade no governo ficará sem ser rigorosamente apurada.

- Será o fim da impunidade. O exemplo virá de cima - observou.

Simon disse ainda que o Brasil não pode continuar pagando juros aos seus credores externos, a níveis insuportáveis. Em sua opinião, o país tem de partir para um acordo, de modo a destinar cerca de US$ 10 bilhões anuais, que seriam gastos com o pagamento de juros, a questões prioritárias, como, por exemplo, o combate eficaz à pobreza.

O senador disse não temer os artifícios apresentados pelo marketing na política, que, destacou, muda a cara dos partidos e quer até mesmo escolher os candidatos. "Se eu tiver oito minutos por dia na TV, durante dois meses, podendo debater, expor e analisar todos os nossos problemas, olho no olho com os eleitores, terei plenas condições de competir, e não temo nenhum marketing e nenhum marqueteiro".

Simon observou que o PMDB vive atualmente um momento político da maior importância, porque irá viabilizar uma nova fase de reapresentação do partido, com toda a sua força e tradição histórica como o maior responsável pela anistia, pelo fim da tortura, pelo fim da censura à imprensa, pelo fim da ditadura e pela redemocratização do país.

Para o senador, a "hora da verdade" vai chegar - a hora do debate e da apresentação das idéias, que irá suplantar todo o marketing e os marqueteiros. Mas antes de chegar essa hora, ele diz, assiste-se a uma flagrante manipulação da mídia por interesses desconhecidos. As eleições de Fernando Collor e Jânio Quadros, para presidente, e de Celso Pitta, para prefeito de São Paulo, mostraram o mal que a mídia pode fazer ao país, assinalou. Ele também considerou um efeito marketing a brusca ascendência de Roseana Sarney nas últimas pesquisas, embora ressaltando não tirar os méritos pessoais da governadora do Maranhão.

Sobre as prévias, Simon disse acreditar que a decisão da Executiva do PMDB de limitar a consulta a um número restrito de filiados será derrubada pelo Conselho Político do partido.

23/11/2001

Agência Senado


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