Simon condena ênfase do marketing na política e anuncia plataforma
Para Simon, o PMDB é um partido que luta pela dignidade do povo, pela redistribuição de renda, pela estabilidade econômica, pela elevação do emprego, pela retomada do desenvolvimento, pelo resgate social, pela agricultura, o transporte e a energia. Simon disse que, ao contrário do que ocorre com o governo Fernando Henrique Cardoso, se ele chegar à presidência da República, nenhuma denúncia de irregularidade no governo ficará sem ser rigorosamente apurada.
- Será o fim da impunidade. O exemplo virá de cima - observou.
Simon disse ainda que o Brasil não pode continuar pagando juros aos seus credores externos, a níveis insuportáveis. Em sua opinião, o país tem de partir para um acordo, de modo a destinar cerca de US$ 10 bilhões anuais, que seriam gastos com o pagamento de juros, a questões prioritárias, como, por exemplo, o combate eficaz à pobreza.
O senador disse não temer os artifícios apresentados pelo marketing na política, que, destacou, muda a cara dos partidos e quer até mesmo escolher os candidatos. "Se eu tiver oito minutos por dia na TV, durante dois meses, podendo debater, expor e analisar todos os nossos problemas, olho no olho com os eleitores, terei plenas condições de competir, e não temo nenhum marketing e nenhum marqueteiro".
Simon observou que o PMDB vive atualmente um momento político da maior importância, porque irá viabilizar uma nova fase de reapresentação do partido, com toda a sua força e tradição histórica como o maior responsável pela anistia, pelo fim da tortura, pelo fim da censura à imprensa, pelo fim da ditadura e pela redemocratização do país.
Para o senador, a "hora da verdade" vai chegar - a hora do debate e da apresentação das idéias, que irá suplantar todo o marketing e os marqueteiros. Mas antes de chegar essa hora, ele diz, assiste-se a uma flagrante manipulação da mídia por interesses desconhecidos. As eleições de Fernando Collor e Jânio Quadros, para presidente, e de Celso Pitta, para prefeito de São Paulo, mostraram o mal que a mídia pode fazer ao país, assinalou. Ele também considerou um efeito marketing a brusca ascendência de Roseana Sarney nas últimas pesquisas, embora ressaltando não tirar os méritos pessoais da governadora do Maranhão.
Sobre as prévias, Simon disse acreditar que a decisão da Executiva do PMDB de limitar a consulta a um número restrito de filiados será derrubada pelo Conselho Político do partido.
23/11/2001
Agência Senado
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