TÁVOLA DEFENDE NECESSIDADE DE ÉTICA NO JORNALISMO



Ao aplaudir o código de ética do Correio Braziliense, publicado como compromisso do jornal, o senador Artur da Távola (PSDB-RJ) afirmou hoje (dia 8) que a iniciativa significa um impulso de renovação no jornalismo, abrindo caminho para uma situação em que uma lei de imprensa não seja necessária, diante da auto-regulamentação dos próprios órgãos da mídia. "Essa, aliás, sempre foi minha posição: nenhuma censura oficial e controle realizado nas próprias redações", acrescentou.

Como jornalista, Távola apontou os muitos perigos que dificultam a apuração, redação e edição dos fatos que devem representar a verdade. "Não acredito em imparcialidade, pois fatores subjetivos como simpatia e concordância a impedem. Acredito, sim, na objetividade diante dos fatos, quando o jornalista competente pode escapar de inimigos como a meia-verdade, a verossimilhança, a necessidade de simplificação e de síntese".

Ao reconhecer que ser fiel à verdade é difícil, Távola apontou o código de ética do Correio como uma maneira de impedir uma cadeia perversa que, às vezes, ocorre no jornalismo. "Confunde-se indício com sintoma, sintoma com fato, fato com julgamento, julgamento com condenação e condenação com linchamento. Como ocorreu com a escola paulista acusada de envolvimento com abusos sexuais aos alunos, passou-se do indício ao linchamento em uma semana e, no final, ficou provado que tudo era falso".

Távola afirmou que a credibilidade é o maior trunfo de um órgão de imprensa, por isso, mecanismos internos de autocontrole podem garantir que ele não perderá prestígio. "Há, no código do CB, sete direitos e 23 deveres do jornalista refletindo as dificuldades da profissão. O mais importante dever é 'respeitar a verdade, comprovar a veracidade da informação, recorrer a diversas fontes e abrir espaço para todos os envolvidos'. Diante do dinamismo e da rapidez que caracterizam a mídia nos tempos de hoje, esse é o maior desafio".

Para Távola, uma categoria profissional só se aprimora através de mecanismos internos. "Não há polícia, não há governo nem legislação que consiga imprimir ética dentro de uma profissão. Por isso, a iniciativa do CB é relevante. A imprensa hoje é parceira da sociedade, age como seu instinto de conservação. Seu papel fiscalizador, e até de juiz, exige que a preocupação com a ética seja fundamental na divulgação das informações", destacou.



08/05/1998

Agência Senado


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