Efraim e Simon defendem necessidade da ética na política



Em discurso na cerimônia de abertura oficial do ano letivo de 2006, realizada pelo Instituto Legislativo Brasileiro (ILB), pela Universidade do Legislativo Brasileiro (Unilegis) e pela Comunidade Virtual do Poder Legislativo (Programa Interlegis), o 1º secretário do Senado, senador Efraim Morais (PFL-PB), afirmou nesta quarta-feira (8) que os parlamentares necessitam reconquistar sua credibilidade junto à opinião pública. Na aula inaugural, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) defendeu o fim do sigilo bancário para quem exerce cargos públicos, inclusive os detentores de mandato eletivo.

A fim de impedir a influência do poder econômico nas campanhas eleitorais, Simon defendeu o financiamento público das campanhas eleitorais e a substituição dos programas de televisão, produzidos em estúdios, por debates ao vivo entre candidatos. O voto distrital e a fidelidade partidária também devem ser instituídos, segundo Simon, numa reforma para restaurar a ética na política.

Simon criticou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso por, segundo ele, terem restringido as investigações parlamentares das denúncias contra os seus respectivos governos. O senador citou como exemplo os casos do ex-assessor da Casa Civil Waldomiro Diniz, no governo Lula, e da Comissão Parlamentar de Inquérito do Banestado, criada para investigar irregularidades durante o governo Fernando Henrique Cardoso.

- Na próxima campanha eleitoral, o PSDB e o PFL vão dizer horrores do governo do PT e será quase tudo verdade, e o PT dirá a mesma coisa do PSDB e do PFL e será quase tudo verdade - declarou Simon.

Para combater a corrupção, segundo Simon, também é necessário aumentar a profissionalização do serviço público, diminuindo-se a quantidade de cargos em comissão. Simon defendeu ainda medida para proibir a nomeação de parentes por parlamentares, juizes e autoridades do Poder Executivo.

Qualificação Profissional

Ao abrir a cerimônia, no auditório do Interlegis, o diretor-geral do Senado, Agaciel da Silva Maia, afirmou que, nas suas atividades didáticas, o ILB e a Unilegis também têm o objetivo de "resgatar valores éticos e o exercício da cidadania, permitindo que centenas de servidores, dirigentes e chefes de gabinetes tenham oportunidade de participar de um eficiente processo de capacitação profissional e desenvolvimento intelectual".

Agaciel lembrou que o ILB foi criado em 1997 para formar, capacitar, treinar e promover o desenvolvimento técnico-profissional dos servidores do Congresso Nacional e de todas as Assembléias e Câmaras de Vereadores. Da mesma forma, ressaltou o diretor, a Unilegis, instituição de educação superior, foi criada em 2001 para promoção do ensino, pesquisa e extensão na área do Poder Legislativo.



08/03/2006

Agência Senado


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