Vice-presidente da Fenaj defende Conselho Federal de Jornalismo



As recentes críticas desferidas pela grande imprensa contra o projeto de lei 3985/2004, de autoria do Poder Executivo, que cria o Conselho Federal de Jornalismo (CFJ) e os Conselhos Regionais de Jornalismo (CRJ) surpreenderam o vice-presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Frederico Ghedini. “Não esperava essa reação em cadeia”, admitiu, acreditando haver uma “campanha orquestrada” junto aos meios de comunicação contra esses organismos que, conforme destacou, teriam a missão de zelar pelo exercício ético da profissão. Guedini concedeu entrevista coletiva nesta terça-feira (10), no Salão Verde da Câmara dos Deputados.

Invocando a necessidade de dar um basta a essa “campanha contra” e iniciar, de fato, a discussão do assunto com a sociedade, Ghedini apóia a realização de audiências públicas na Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público (CTASP) da Câmara dos Deputados, onde a matéria tramita no momento. Como suplente do Conselho de Comunicação Social do Congresso (CCS), o jornalista acredita que o colegiado também deverá se manifestar, em breve, sobre a proposta.

- A finalidade do conselho é cuidar da ética e boa formação do jornalista. A repressão dos profissionais que não observarem essa conduta ética é mais decorrência que prioridade no projeto – explicou. Embora na exposição de motivos ao projeto o ministro do Trabalho, Ricardo Berzoini, tenha realçado entre as competências legais do CFJ e dos CRJ “normatizar, fiscalizar e punir as condutas inadequadas dos jornalistas”, Ghedini contesta a pretensão, alegada pelos seus críticos, de a iniciativa vir a cercear a liberdade de expressão.

O vice-presidente da Fenaj também rechaça qualquer vinculação da proposta com um possível interesse do governo em punir jornalistas para revidar matérias desfavoráveis na imprensa. No entanto, revelou uma simpatia ao projeto expressada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no último dia 7 de abril, quando recebeu uma comitiva de jornalistas. “Na ocasião, o presidente fez uma feliz interpretação da proposta, dizendo ser importante para o país diante do compromisso do jornalista com a verdade”, comentou.

A primeira minuta de projeto, encaminhada ao governo pela Fenaj em dezembro de 2002, tinha 79 artigos, reduzidos a apenas 19 na proposta enviada ao Congresso no início do mês. A matéria tramita em conjunto com o projeto de lei 6817/2002, que trata da criação da Ordem dos Jornalistas do Brasil (OJB) e do exercício da profissão.



10/08/2004

Agência Senado


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