Tebet diz que acordo entre PSDB e PMDB segue inalterado



O presidente do Senado, Ramez Tebet, afirmou nesta segunda-feira (6) que a aliança entre o PMDB e o PSDB para concorrer à Presidência da República não está comprometida pela denúncia contra o ex-diretor do Banco do Brasil, Ricardo Sérgio de Oliveira, que já atuou na arrecadação de recursos para as campanhas do senador José Serra (PSDB-SP), pré-candidato do governo. Tebet observou, no entanto, que os dois partidos não devem se precipitar na escolha do vice.

Segundo a denúncia, publicada na revista Veja desta semana, Ricardo Sérgio de Oliveira cobrou do empresário Benjamin Steinbruch uma comissão de R$ 15 milhões pela ajuda para a formação do consórcio vitorioso no leilão de privatização da Companhia Vale do Rio Doce, em 1997.

O presidente do Senado definiu a denúncia como "altamente desconfortável", mas observou que ainda depende de averiguação. E disse que não tem como entrar no mérito da questão antes das investigações e sem ouvir, "com mais clareza", as explicações dos citados. Para Tebet, até agora não há matéria suficiente para provocar a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), mas o assunto tem de ser investigado.

- Cabem explicações. Ainda não ouvi Serra nem as outras pessoas citadas. É preciso aguardar. Considero José Serra um homem sério, até prova em contrário, digno e honrado - afirmou.

Tebet não quis avaliar o peso da denúncia na pré-candidatura de Serra, dizendo que "só quando a poeira baixar" será possível saber se a situação do senador paulista foi abalada. O presidente do senado observou que denúncias são comuns em todo processo sucessório. E previu que durante a campanha eleitoral vão surgir muitos fatos "de um lado e de outro".

- Você acha que esse processo sucessório vai ser coisa de convento? Não vai; a campanha vai ser dura, lamentavelmente - disse.

Como em outras ocasiões recentes, Tebet manifestou-se contrário a "precipitações" do PMDB e do PSDB em relação à escolha do candidato à vice-presidente, ressaltando que só em junho as convenções partidárias definirão o assunto.

- O único candidato que tem vice até agora é o Garotinho. Não sei por que estão cobrando isso agora do PMDB e do PSDB. Mas quem tem que falar sobre isso é a direção do partido - afirmou.



06/05/2002

Agência Senado


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