ACM AFIRMA DESCONHECER ACORDO ENTRE PMDB E PSDB PARA ELEIÇÃO NO SENADO E NA CÂMARA



O presidente do Senado, Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA), disse nesta quarta-feira (dia 22), desconhecer o acordo firmado entre o PSDB e PMDB para eleger os presidentes do Senado e da Câmara. Segundo o senador, o que ocorreu foi uma manifestação isolada do líder do PMDB na Câmara, deputado Gedel Vieira Lima (BA), em Salvador. O acordo entre os dois partidos garantiria o apoio do PMDB à eleição do deputado Aécio Neves (PSDB-MG) à presidência da Câmara, e, em contrapartida, o apoio do PSDB à postulação do senador Jader Barbalho (PMDB-PA) à presidência do Senado.

Antônio Carlos disse que não lhe cabe analisar as atitudes assumidas pelo PMDB, mas advertiu que quando as lideranças anunciam posições sem ouvir suas respectivas bancadas "acontece uma revolta daqueles que não foram ouvidos".

- Acredito que uma grande parte do PMDB vai se manifestar contrário à opinião do deputado Gedel Vieira Lima - afirmou o senador.

Ele acrescentou que, da parte do PSDB no Senado, houve uma "atitude de prudência" ao não realizar, nesta quarta-feira, com tanta antecedência, uma reunião para tomar uma decisão definitiva sobre que candidato apoiar à presidência do Senado.

O presidente do Senado afirmou, por outro lado, que a candidatura do líder do PFL na Câmara, deputado Inocêncio de Oliveira (PFL-PE), à presidência daquela Casa "está sólida e deve sair vitoriosa". Ele observou que o lançamento da postulação de Inocêncio, ocorrido nesta quarta-feira, demonstrou que a candidatura do deputado "não é pefelista e sim suprapartidária e mostra a vontade da Câmara", pois contou com a presença de todas as correntes políticas.

- A Câmara ou o Senado não têm o direito de impor candidatos, mas é salutar quando os candidatos representam a vontade das suas Casas. Tenho mantido conversas que me autorizam a dizer que, tanto no Senado, como na Câmara, nós vamos sair vitoriosos - enfatizou Antônio Carlos.

O senador disse não considerar uma traição dos partidos aliados a realização de um acordo para a eleição nas duas Casas do Legislativo. "Nós não sabemos quais são os participantes do PMDB que tomaram essa posição", explicou Antônio Carlos.

Ainda sobre as eleições dos presidentes do Senado e da Câmara para a próxima sessão legislativa, Antônio Carlos disse não acreditar que o presidente Fernando Henrique Cardoso venha a interferir no processo. Ele lembrou que quando disputou a presidência do Senado, há quatro anos, venceu sem a interferência do Palácio do Planalto.

SALÁRIO MÍNIMO

O presidente do Senado disse que o desejo do presidente da República de aprovar a cobrança de contribuição previdenciária dos inativos para financiar o aumento do salário mínimo é um assunto complicado, pois por várias vezes o governo já tentou aprová-la no Congresso e não conseguiu. Ele disse desconhecer as fontes de recursos que o Executivo pretende enviar à análise do Legislativo para viabilizar o mínimo de R$ 180, mas defendeu a criação do imposto sobre supérfluos.

22/11/2000

Agência Senado


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