TEBET DIZ QUE PAÍS NÃO PODE MAIS ADIAR A RETOMADA DO CRESCIMENTO
Tebet disse que esse também é o apelo dos pequenos e médios empresários, dos agricultores, dos demais trabalhadores e principalmente daqueles que estão desempregados. "Todos os senadores já pediram ao governo para que haja um abrandamento dos efeitos da globalização sobre os mais desafortunados", afirmou Tebet, observando que até membros do governo já se manifestaram neste sentido.
Para o senador, a decisão do FMI pode surpreender a muitos, pois aquele organismo cuida da manutenção do capitalismo, mas deve ser entendida como uma tentativa de sobrevivência e não simplesmente como um gesto de solidariedade. "Como o rico vai sobreviver se não tiver para quem emprestar seu dinheiro? É claro que os países abastados teriam que rever suas posições em algum momento", afirmou Tebet.
Ele criticou a política de privatizações do governo e disse que, ao contrário do que havia sido anunciado, o dinheiro arrecadado não foi direcionado para investimentos, para melhorar as condições de saúde e educação ou na geração de empregos. Protestou também contra o fato dos recursos estarem sendo utilizados para pagamento dos juros da dívida externa e na manutenção da estabilidade da moeda.
Tebet foi aparteado pelo senador Amir Lando (PMDB-RO) que lembrou ter sido ele um dos opositores das idéias neoliberais defendidas pelo governo. "Fui chamado de dinossauro mas eu já previa que esta política levaria à devastação que assistimos hoje. Foi um grande engodo a pregada modernidade". Lando disse também que "apesar de ser positiva a atitude do FMI, pois existe o reconhecimento do erro, não há como reparar os danos causados".
Ramez Tebet citou ainda previsão da ONU de que no próximo dia 12 de outubro o planeta alcançará a marca de seis bilhões de habitantes, observando que 90% dos nascimentos ocorrem nos países mais pobres. "Em vista disso o governo precisa agilizar a adoção de medidas que conduzam ao crescimento", reforçou Tebet.
01/10/1999
Agência Senado
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