Tebet garante: eleições não vão impedir Senado de votar medidas anti-crise



O presidente do Senado, Ramez Tebet, garantiu nesta quinta-feira (dia 1º) que os senadores virão a Brasília, mesmo durante o período de campanha eleitoral, para votar matérias de interesse relevante, em especial medidas de superação da crise econômica. Como exemplo de proposta que pode ser analisada no período, ele citou o projeto sobre a incidência em cascata das contribuições sociais, que está em tramitação na Câmara.

- Há muito tempo nós falamos em reforma tributária e não a fazemos. Eu sempre defendi uma mini-reforma tributária por tópicos. Acho que temos uma grande oportunidade de iniciá-la agora, com o projeto das contribuições sociais em cascata que está na Câmara. Chegando aqui no Senado, dou prioridade a isso; a gente comparece aqui para votar - afirmou.

Com a pauta do Senado praticamente limpa, Tebet convocou para a próxima terça-feira (dia 6) reunião da Mesa Diretora com os líderes partidários, na qual serão discutidas as prioridades para as votações da semana e a proposta de dedicar o restante de agosto e o mês de setembro prioritariamente ao contato com o eleitor, ressalvado o surgimento de necessidade concreta de realização de esforço concentrado no Congresso.

Tebet pretende convocar sessões deliberativas nos dias 6 e 7, para votação de medidas provisórias. Ele ressaltou que os parlamentares podem fazer campanha eleitoral sem qualquer prejuízo dos trabalhos legislativos:

- Eleição nunca prejudica, eleição é imprescindível para a democracia. Não haverá prejuízo nenhum se o Senado deixar de funcionar em função das eleições. Prejuízo haveria se deixássemos de votar matéria importante, e isso não vai acontecer. Se houver necessidade, e no interesse do país, deixamos as campanhas eleitorais e voltamos imediatamente para votar - assegurou.

O senador entende que a preocupação com a crise não obriga os candidatos a aceitar qualquer proposta da equipe econômica sem discussão, mas faz uma advertência:

- Os candidatos devem se comportar como estadistas, olhando o interesse maior do país, pois ninguém tem o direito de agir de forma oportunista. O momento é de muita seriedade - disse.

O presidente do Senado acredita que "o governo tem que adotar medidas para defender a economia brasileira", mas disse desconhecer a essência do provável pacote. Rejeitou, porém, a possibilidade de confisco ou de um novo "arrocho":

- Arrochados nós já estamos demais. Estou muito preocupado com a liberação de recursos orçamentários, principalmente para a realização de obras de infra-estrutura tão reclamadas pela nossa população mais sofrida - analisou.

Tebet salientou que a atual crise econômica é causada por "fatores invisíveis" e que as oscilações do mercado são conduzidas por "motivações psicológicas", o que torna especialmente difícil encontrar soluções.



01/08/2002

Agência Senado


Artigos Relacionados


Tebet diz que Senado poderá votar reforma tributária antes das eleições

Tebet garante que Senado vai acompanhar conclusões da CPI do Futebol no MP

Medidas anti-burocracia são bem recebidas

Senado em crise elege Ramez Tebet

Sarney garante que tomará medidas para moralizar o Senado

Após eleições, Senado poderá votar projeto que permitirá criação de municípios