TEBET PEDE ANULAÇÃO DE SEU RELATÓRIO PARA REAVALIAR EMPRÉSTIMO DO BIRD



O senador Ramez Tebet (PMDB-MS) pediu a anulação do seu próprio relatório favorável ao empréstimo de U$ 505 milhões a ser tomado pelo governo brasileiro junto ao Banco Mundial. Tebet, que já havia distribuído seu voto aos senadores da Comissão de Assuntos Econômicos - onde a matéria tramita - afirmou que a exposição do secretário de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, Marcos Caramuru, na manhã desta terça-feira (dia 16) na CAE, não esclareceu os reais objetivos da operação financeira e deixou os parlamentares confusos sobre o assunto.
- Sinto-me na obrigação de analisar novamente a contratação desse empréstimo, pois o governo não conseguiu explicar claramente o objetivo da operação e se as condições em que ela está sendo negociada são favoráveis ao país - disse o senador, que pediu também que lhe sejam entregues todos os documentos sobre o empréstimo e cópias de todas as manifestações de senadores ocorridas na reunião.
A dúvida principal surgiu quando o senador Roberto Requião (PMDB-PR) classificou como "fraudulenta" a mensagem presidencial que propõe a operação. O governo alega, na mensagem, que o dinheiro do empréstimo será destinado à reforma da Previdência Social quando, na verdade, como explicou Caramuru, o dinheiro será utilizado para amortizar parte da dívida do país junto com bancos internacionais.
O líder do governo, senador José Roberto Arruda (PSDB-DF), argumentou que os recursos já foram aplicados pelo na reforma da Previdência e que a operação, na verdade, faz parte do contrato de empréstimo global - no valor de US$ 42 bilhões - aprovado pelo Congresso ano passado para garantir a solvência fiscal do país. "É preciso ficar claro que o governo já empreendeu essas ações", garantiu o senador.
Também os senadores Roberto Saturnino (PSB-RJ), Lauro Campos (PT-DF), Agnelo Alves (PMDB-RN), Osmar Dias (PSDB-PR) e Eduardo Suplicy (PT-SP) disseram que não seria possível votar uma matéria sobre a qual não tenham conhecimento adequado.
-Este é mais um caso de reincidência específica, porque com os argumentos trôpegos do secretário do governo continuamos enganados, sem saber o que está sendo analisado quando se trata desse tipo de empréstimo externo. Pela primeira vez tudo aquilo que venho repetindo há muito tempo parece estar transformando-se em uma quase unanimidade no plenário da comissão - resumiu Lauro Campos.

16/05/2000

Agência Senado


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