Técnicos do Prodasen dizem que votos secretos do painel não podem ser conhecidos



Três técnicos do Serviços de Processamento de Dados do Senado (Prodasen) garantiram nesta quarta-feira (dia 7), em depoimentos à comissão que investiga se o painel de votações secretas dos senadores é vulnerável, que o programa original solicitado pelo Senado à empresa Eliseu Kopp não permite que se conheça o voto de cada senador. Para eles, isso só seria possível se "um programa clandestino" tivesse sido instalado nos computadores que orientam o painel.

Os técnicos, responsáveis pela assistência aos computadores ligados ao painel, disseram que ninguém conversou com eles sobre a possibilidade de se retirarem listas com a posição de cada senador após as votações secretas, como a que cassou o senador Luiz Estevão. Essas informações foram dadas no início da noite desta quarta-feira (dia 7) pelo presidente da comissão de investigação, Dirceu Teixeira.

Os técnicos da Unicamp, contratados pelo Senado para fazer uma perícia nos computadores de votação, ligam o painel na manhã desta quinta-feira (dia 8), pela primeira vez desde que ele foi lacrado por ordem do presidente da Casa, senador Jader Barbalho. Ficou acertado entre a comissão de investigação e os técnicos que eles farão duas cópias de todos os programas dos computadores. Uma ficará nos cofres do Senado, servindo para uma possível contraprova, e a outra será levada para perícia detalhada na Unicamp.

A comissão foi criada depois que a revista IstoÉ publicou reportagem informando que, durante uma conversa com procuradores da República, o então presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), teria dito que conhecia os votos da sessão secreta que cassou o senador Luiz Estevão. Conforme a revista, a conversa foi gravada. Uma cópia da fita chegou à revista, que pediu sua degravação ao fonetiscista Ricardo Molina, de São Paulo. Ele apresenta o resultado desse trabalho aos senadores da Comissão de Fiscalização de Controle do Senado nesta quinta-feira (dia 8), a partir das 10h.

07/03/2001

Agência Senado


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