Comissão do painel adia conclusões a pedido de técnicos da Unicamp



A comissão que investiga a vulnerabilidade do painel de votações do plenário do Senado adiou para o dia 18 a divulgação, prevista para hoje (dia 11), de suas conclusões, atendendo a pedido dos técnicos da Universidade de Campinas (Unicamp). Eles querem esgotar todas as possibilidades antes de dar o parecer final sobre a possibilidade de violação do sistema para a retirada de uma lista com os votos dados na sessão secreta que cassou o senador Luiz Estevão, em junho do ano passado.

O presidente da comissão, Dirceu Teixeira de Matos, informou que a comissão esteve nessa segunda-feira (dia 9) na Universidade de Campinas, onde se reuniu longamente com os técnicos contratados para a perícia. Eles reafirmaram que existem 18 pontos vulneráveis no sistema de computação que controla o painel, mas ainda não conseguiram explorar em minúcias alguns arquivos vazios. Os peritos querem uma resposta para a existência de tais arquivos e, para fazer novas tentativas, pediram mais uma semana de prazo.

Dirceu Teixeira de Matos informou ainda que a comissão vem examinando detidamente as responsabilidades pela fragilidade do sistema, envolvendo funcionários do Serviço de Processamento de Dados do Senado (Prodasen), as empresas que fabricaram e fizeram manutenção do painel e os funcionários que tinham acesso aos computadores do painel. "O relatório final não será vazio", disse o presidente da comissão, que também é o diretor da Consultoria Legislativa do Senado.

A comissão foi criada pelo presidente do Senado, Jader Barbalho, depois que a revista IstoÉ noticiou que, numa conversa com três procuradores da República, o senador Antonio Carlos Magalhães teria dito possuir uma lista com os votos dos senadores dados na sessão que cassou Luiz Estevão. Até agora, os peritos da Unicamp confirmaram a vulnerabilidade do sistema, mas não tiveram provas de que tenha sido retirada dos computadores alguma lista de votação.

As conclusões da comissão serão encaminhadas ao presidente do Senado, ao primeiro-secretário, senador Carlos Wilson (PPS-PE), ao presidente do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, Ramez Tebet (PMDB-MS) e ao corregedor do Senado, Romeu Tuma (PFL-SP). Se a comissão indicar funcionários responsáveis, caberá ao primeiro-secretário instituir outra comissão para realizar o processo administrativo de punição. Se alguma empresa for responsabilizada, o presidente do Senado determinará a abertura de processo criminal na Justiça.

O resultado da comissão sairá no mesmo dia em que o Conselho de Ética se reunirá mais uma vez para continuar a tomada de depoimentos que podem esclarecer se o senador Antonio Carlos Magalhães feriu ou não o decoro parlamentar em sua conversa com os procuradores da República. Será ouvido, às 17h do dia 18, o foneticista Ricardo Molina, que degravou uma fita enviada pela IstoÉ, com parte da conversa. Molina fez uma primeira degravação com pouco tempo e, agora, empregando novas técnicas, conseguiu entender palavras ou frases até então consideradas inaudíveis.

10/04/2001

Agência Senado


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