Tecnologia: Tacógrafo digital da Poli transmite dados por radiofreqüência
Aparelho poderá ser usado por empresas de transporte e órgãos de fiscalização para receber dados de vários veículos ao mesmo tempo
Engenheiros da Escola Politécnica (Poli) da USP desenvolveram um tacógrafo digital capaz de transmitir dados em tempo real. O equipamento é baseado num microcontrolador eletrônico que registra a velocidade de veículos pesados e transmite as informações com o uso de radiofreqüência.Aparelho poderá ser usado por empresas de transporte e órgãos de fiscalização para receber dados de vários veículos ao mesmo tempo, fornecendo a evolução da velocidade em relatórios e gráficos.
Os tacógrafos mais usados no País são analógicos, registrando as variações de velocidade num disco-diagrama de papel. "Eles oferecem a informação em estado bruto, enquanto o digital possui uma interface que destaca em gráficos e relatórios todas as ocasiões em que foram excedidos os limites de velocidade", explica o professor da Poli, Antonio Carlos Seabra, orientador da pesquisa.
O projeto foi desenvolvido no Laboratório de Sistemas Integráveis (LSI) do Departamento de Engenharia de Sistemas Eletrônicos da Poli pelos engenheiros Christian Diaz Valdívia e Felipe Tavares Nigro. Segundo Diaz, o tacógrafo possui um sensor eletrônico que mede a quantidade de giros da roda do veículo.
"Esses dados são enviados para o microcontrolador e armazenados na memória, sendo usados para calcular a evolução da velocidade do veículo quando solicitado", conta. "O microcontrolador também coordena a transmissão das informações por radiofreqüência e a conexão com o sistema de impressão."
Demanda
O acesso aos dados do tacógrafo digital é feito por meio de um software específico, em computadores pessoais, laptops ou PDAs (Palm). Diaz estima que o sistema pode ser usado no controle de velocidade em rodovias pelos órgãos de fiscalização e empresas de transporte. "Basta que utilizemos um protocolo para receber os dados de vários veículos ao mesmo tempo", explica.
O projeto levou em conta a demanda existente no mercado brasileiro, a disponibilidade tecnológica e as exigências da legislação de trânsito. "O equipamento é obrigatório em caminhões, ônibus e vans", afirma Nigro. Segundo o engenheiro, o equipamento deve ter bateria autônoma do veículo, caixa inviolável e gravar as variações de velocidade das últimas 24 horas, permitindo a impressão dos dados.
Os modelos convencionais custam cerca de R$1.200,00, enquanto o equipamento digital tem preço estimado entre R$ 250,00 e R$ 300,00 reais, incluindo radiofreqüência, impressora e software. Os engenheiros irão aumentar a capacidade de memória do equipamento de 24 horas para sete dias, semelhante à dos aparelhos vendidos comercialmente, e elaborar um manual para os usuários.
"Também será aperfeiçoada a segurança do sistema, para evitar invasões", antecipa Nigro. "Embora isso seja viável, a maior dificuldade é a inexistência de uma legislação que regule as transmissões por radiofreqüência no Bra
05/09/2006
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