Telefonia móvel pode promover inclusão financeira da população de baixa renda
O Ministério das Comunicações participou nesta segunda-feira (21) do debate sobre os modelos de pagamentos utilizando dispositivos móveis (e-payment) no III Fórum Banco Central sobre Inclusão Financeira, realizado em Brasília. O objetivo era discutir o modelo mais adequado de e-payment para promover a inclusão financeira no País, atingindo principalmente a parcela da população que ainda não tem conta bancária.
Um dos caminhos apontados é utilização do telefone celular para realizar pagamentos e fazer transferências e depósitos, por exemplo. O aparelho funcionaria como uma espécie de carteira virtual: da mesma forma como os créditos são carregados no celular, o usuário carregaria uma certa quantia em sua “carteira virtual”. Com um simples envio de torpedos acrescido de procedimentos de segurança, seria possível fazer as transações bancárias. Tudo isso mesmo com um aparelho simples, não necessariamente um smartphone.
Segundo a diretora do Departamento de Universalização de Serviços de Telecomunicações do Ministério das Comunicações, Miriam Wimmer, o chamado Serviço Móvel Pessoal (SMP) fechou o mês de outubro deste ano com mais de 231 milhões de terminais habilitados. Isso significa uma densidade de 118 aparelhos celulares a cada 100 habitantes. Outro ponto destacado foi a cobertura do serviço, que já chega a praticamente 100% das sedes municipais brasileiras.
Dos celulares habilitados atualmente, 82% são pré-pagos. Segundo a diretora, esse percentual demonstra que o setor consegue se relacionar com a população de baixa renda, que é justamente o principal público alvo dos serviços em discussão. A ideia é beneficiar os 55% população que ainda recebe o salário em dinheiro e cerca de 40% de pessoas acima de 18 anos que não tem conta bancária.
“Do ponto de vista da política pública, vemos uma grande oportunidade de incluir financeiramente as pessoas que hoje não são atendidas pelo sistema bancário. Essa é uma vertente social que deve estar no cerne das nossas discussões e é um objetivo que o governo como um todo busca atingir”, disse Miriam Wimmer.
A diretora ressaltou ainda que o Ministério das Comunicações já está estudando de que maneira o governo pode contribuir com as experiências de serviços financeiros via telefone celular, já tendo se reunido com outros órgãos públicos e também com o setor privado.
“Acreditamos que o modelo de negócios que venha a ser definido deva agregar valor para todos os setores. O setor de telecomunicações tem um papel crucial nisso, porque é ele quem vai proporcionar acesso à camada mais baixa da população, justamente pela crescente penetração do SMS nas camadas onde o sistema bancário ainda não conseguiu chegar”, afirmou.
Quanto à questão regulatória, Miriam Wimmer defendeu um modelo “aberto e interoperável”, que dê mais liberdade ao consumidor. Isso porque seria possível, por exemplo, fazer transferências de dinheiro para celulares de outras operadoras ou mesmo entre bancos diferentes. “Acreditamos que essa liberdade já deve estar no cerne do sistema na medida em que ele começa a ser desenhado. O consumidor é quem deve escolher o que for melhor”, defende.
Para saber mais sobre os estudos do Ministério das Comunicações sobre inclusão financeira via celular, leia a matéria especial na revista eletrônica do Ministério das Comunicações.
Fonte:
Ministério das Comunicações
23/11/2011 10:53
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