Tenório sugere aperfeiçoamento de marcos regulatórios de biocombustíveis



Por meio da criação ou do aperfeiçoamento de marcos regulatórios, os parlamentares podem incentivar, em várias partes do mundo, a utilização e a comercialização de biocombustíveis , afirmou nesta quarta-feira (19) o senador João Tenório (PSDB-AL). Durante a abertura da mesa-redonda "Os Parlamentos e os Biocombustíveis", em São Paulo, ele acrescentou que a adequada regulação do setor pode ainda "assegurar a sua sustentabilidade e prevenir danos ao meio ambiente".

O senador - que presidiu a mesa-redonda - contestou a suposta responsabilidade dos biocombustíveis pelos recentes aumentos dos preços dos alimentos em diversas partes do mundo. Ele observou que a área dedicada à produção de alimentos no planeta é de 1,2 bilhão de hectares, enquanto a área dedicada aos biocombustíveis não ultrapassa os 10 milhões de hectares. Em sua opinião, ocorreu uma "infeliz coincidência" entre a ampliação da visibilidade dos biocombustíveis e o aumento dos preços dos alimentos.

Tenório considerou compreensível o receio de parte da opinião pública européia em relação ao estímulo à produção de bioenergia. Os europeus, recordou, passaram por duas guerras mundiais e sabem a importância da segurança alimentar. Ele observou, no entanto, que o Brasil e outros países da América do Sul, da Ásia e da África vivem realidades bem diferentes: contam com terras em abundância para produzir biocombustíveis sem prejuízo ao cultivo de alimentos.

- Defender a bioenergia é defender a produção de uma energia limpa e renovável, capaz de reduzir a lastimável dependência que temos hoje do petróleo. Mais que isso: é defender um projeto que pode ajudar a combater a fome e a pobreza, gerando mais emprego e renda em regiões hoje desfavorecidas, como a África. É, ainda, apostar na democratização da produção energética, uma realidade bem diversa da que o mundo vive hoje, com o petróleo - afirmou Tenório, que preside a Subcomissão Permanente dos Biocombustíveis, ligada à Comissão de Agricultura e Reforma Agrária.

Além de Tenório, participaram da mesa-redonda os senadores Eduardo Azeredo (PSDB-MG), Cícero Lucena (PSDB-PB), Neuto de Conto (PMDB-SC), João Pedro (PT-AM) e Jefferson Praia (PDT-AM).

Ao final da mesa-redonda desta quarta-feira, o senador João Pedro lembrou que a Amazônia pode produzir biodiesel a partir do dendê plantado em áreas já degradas da floresta. Ele defendeu o papel dos biocombustíveis na redução da pobreza e disse que o debate sobre o tema entre parlamentares de vários países pode ajudar a "construir uma nova perspectiva para a Humanidade".

O senador Jefferson Praia, por sua vez, defendeu a utilização das oleoginosas tucumã e babaçu para a produção de biodiesel, ao passo que Neuto de Conto recordou que apenas 0,41% das terras do Brasil são utilizadas para a produção do álcool.

- Produção e preservação são a grande solução - disse.

Estiveram presentes parlamentares de outros 15 países: Alemanha, Angola, Bélgica, Bulgária, China, Congo, Filipinas, Gana, Grécia, México, Portugal, Reino Unido, Sudão, Suécia e Zâmbia.

19/11/2008

Agência Senado


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