Terapeuta afirma que uso do computador pode ser instrumento de integração social



Além das pessoas com deficiências mentais, físicas e motoras, os telecentros devem ser preparados para atender às pessoas com dificuldades sociais como analfabetos, as pessoas que vivem nas ruas e os delinqüentes. É o que afirmou, nesta quinta-feira (24), a terapeuta Ivalda Gomes, em palestra no seminário sobre a metodologia de atendimento e acesso de pessoas com deficiência em telecentros, que está sendo promovido pelo Programa Acessibilidade Brasil e pelo Ministério do Trabalho e Emprego desde a quarta-feira (23).

Telecentros são espaços onde a população carente pode utilizar computadores e acessar a Internet. Um dos principais objetivos do seminário é discutir ações que possibilitem às pessoas com deficiência acesso aos bancos de dados da Internet para sua inclusão no mercado de trabalho, além do simples acesso à informação. O seminário está sendo realizado até esta quinta-feira (24) no auditório Petrônio Portela do Senado.

Ivalda Gomes disse que o uso do computador pode ser um instrumento de integração social. Esse deve ser, disse ela, o objetivo dos telecentros. Disse ainda que no telecentro de Taguatinga, região administrativa do Distrito Federal, os brinquedos criados para treinar pessoas com deficiências foram concebidos, confeccionados e testados pelos instrutores no local.

- O computador pode ter tudo de tecnologia que pode ser usado para a integração social de uma pessoa com deficiência. Com o computador, a pessoa com deficiência pode acessar a Internet, fazer um trabalho de escola, desenvolver a capacidade de comunicação e até de trabalho e produção - declarou Ivalda Gomes.

Os telecentros, destinados a atender à população que não dispõe de computadores em casa, foram criados com o Programa Acessibilidade Brasil. No telecentro de Taguatinga, das 12 mil pessoas atendidas em 2006, quatro mil foram pessoas com algum grau de deficiência, informou Ivalda Gomes.

Com 25 computadores em funcionamento, o telecentro de Taguatinga é projeto-piloto desenvolvido com recursos do Ministério do Trabalho e Emprego.

A terapeuta disse que algumas pessoas com deficiências chegam a aprender o uso de computador em apenas uma semana no telecentro. Outras demoram de dois a três meses, dependendo do tempo investido diariamente para o aprendizado e do grau de deficiência.

Ivalda Gomes afirmou que, além dos equipamentos e da tecnologia, um fator essencial para a eficácia do telecentro é o treinamento das pessoas que atendem no telecentro. Os monitores do telecentro de Taguatinga, segundo ela, tiveram treinamento de 40 horas e aprendem diariamente com a prática.

A capacidade de comunicação dos monitores com as pessoas com deficiência, seja por meio da linguagem brasileira de sinais, Libras, ou de outros instrumentos, é fundamental para a eficácia do trabalho, declarou ainda Ivalda.



24/05/2007

Agência Senado


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