TerraClass mapeia ocupação da Amazônia para orientar desenvolvimento sustentável



O Governo Brasileiro mapeou pela primeira vez o uso de áreas desmatadas da Amazônia para orientar suas políticas públicas de desenvolvimento sustentável, de inclusão social e de combate à ocupação irregular. Os resultados do programa TerraClass mostram como estão ocupados os 720 mil quilômetros quadrados de florestas já derrubados.

Na avaliação das autoridades brasileiras, o acompanhamento das mudanças ocorridas na Amazônia nos últimos anos é imprescindível para conter o desmatamento, proteger a biodiversidade e, consequentemente,reduzir as emissões de gases estufa.

O projeto TerraClass surgiu dessa necessidade de qualificar, a partir de imagens de satélite, as áreas já desflorestadas da Amazônia Legal. Para executar o projeto foram mobilizadas equipes do Centro Regional da Amazônia do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (CRA Inpe), da Embrapa Amazônia Oriental - ambos situados em Belém, capital do Pará -, e da Embrapa Informática Agropecuária, em Campinas, no estado de São Paulo.

Os dados digitais do mapeamento estão disponíveis em inglês, para download.

Para chegar a um mapeamento preciso, especialistas analisaram as informações sobre o desflorestamento ocorrido até 2008 que constam no inventário do Programa de Cálculo do Desflorestamento da Amazônia (Prodes), sistema que mapeia anualmente o desmate na Amazônia Legal também com base em imagens de satélites. Os primeiros resultados foram apresentados no mês de setembro, em Brasília.

Avanço da pecuária
A leitura das imagens resultou na elaboração de um mapa digital que descreve a situação do uso e da cobertura da terra. O levantamento considerou as seguintes classes temáticas: Agricultura, Pasto Limpo, Pasto Sujo, Pasto com Solo Exposto, Regeneração com Pasto, Vegetação Secundária, Mosaico de Ocupações, Mineração e Área Urbana.

Os mapas mostram que a maior parte da ocupação, cerca de 60%, foi convertida para a pecuária. Em 21% houve registro de vegetação secundária, áreas que se encontram em processo de regeneração avançado ou que tiveram florestas plantadas com espécies exóticas.

Vigilância
Desde 1988, o Inpe mapeia de forma operacional o desmate por corte raso com o Projeto de Monitoramento do Desflorestamento na Amazônia Legal (Prodes), sistema reconhecido internacionalmente por sua excelência e pioneirismo.

O instituto mantém em operação três sistemas para monitorar o desflorestamento na Amazônia, que atuam de forma independente, porém complementares. Além do Prodes, os dois outros sistemas são o Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter) e o Sistema de Monitoramento de Áreas de Florestas Degradadas na Amazônia (Degrad).

Transparência
Os dados sobre desmatamento na Amazônia têm fornecido subsídios a políticas públicas direcionadas para a fiscalização e para o desenvolvimento sustentável da região. Os dados estão disponíveis a qualquer cidadão na internet, com informações relevantes para toda a sociedade, como focos de queimadas, condições meteorológicas, qualidade do ar, ocorrência de raios e nível de reservatórios, entre outros.



28/11/2011 10:05


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